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PiTacO do PapO - 'O Estrangeiro' | 2017

NOTA 8.0

Por Rogério Machado 


Antes de mais nada preciso dizer que nunca fui muito receptivo à filmografia de Jack Chan. Talvez porque na maioria das vezes seus trabalhos tinham como foco a pancadaria marcial aliada ao humor fácil e descerebrado, ingredientes os quais nunca me foram muito simpáticos embora vez por outra me rendesse à uma produção ou outra do gênero dependendo do ator envolvido no projeto. Falando assim, já dá pra saber que os motivos que me levaram até 'O Estrangeiro' , filme que estreia nessa quinta nos cinemas, não foram exatamente o elenco envolvido,(uma vez que também nunca fui totalmente fã do trabalho de Pierce Brosnan, que no filme vive um ministro de alta importância na Irlanda do Norte, um dos ambientes onde a trama se passa), e sim a premissa e a promessa de um filme com trama que nada tem de superficial. 


No longa, Jackie Chan é Quan, um oriental mas já cidadão britânico que é dono de um típico restaurantes chinês em Londres, capital da Inglaterra. Após um misterioso ataque de um grupo de terroristas irlandeses, ele vê em poucos minutos a vida de sua filha ceifada. Devastado pela dor e sem muito apoio da polícia local, ele então vai buscar vingança com suas próprias mãos.

O grupo terrorista em questão é o IRA, que também existe na chamada 'real life', muito embora o grupo tenha encerrado a luta armada em 2005 - mas é fato público (real) que remanescem integrantes que insistem nas antigas práticas, retomando o movimento, com os mesmos princípios e nomes semelhantes. Em meio ao conflito político que sempre existiu (e ainda existe fora da ficção, repito) está a jornada sanguinária de vingança desse homem solitário, imigrante ex combatente das Forças Especiais que outrora perdera toda sua família e que não tinha nada a perder nessa fatalidade que ocorre logo nos primeiros minutos de exibição. 

Muito embora todo esse imbróglio entre Londres x Irlanda do Norte meramente por questões políticas (mas que curiosamente acaba enriquecendo a trama) tire os holofotes para o acerto de contas de Quan e os homens que mataram sua filha, a narrativa é crescente e vai se intensificando à medida que vamos descobrindo os segredos nas subtramas que acabam colaborando com o argumento central.  

As lutas são bem coreografadas, a ação e efeitos especiais bem usados ao longo da produção. Mas sem dúvida alguma, o maior acerto de Martin Campbell (na direção) foi evitar a “chucknorrização” do herói, comum no gênero (vide “O Protetor”, “John Wick” e o próprio “Busca Implacável”), fazendo com que Quan seja mais heroico e menos super-heroico, digamos. Assim, ao lutar, o protagonista sofre, levando golpes, se cansando e visivelmente sofrendo dor, pois não é invulnerável – apenas compensa suas limitações com estratégia e armadilhas.

No fim das contas, acabei gostando da dobradinha Chan x Brosnan. Como diriam os antigos:  'mordi na língua'.


Vale Ver ! 

DIREÇÃO

  • Martin Campbell

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: David Marconi
Produção: Arthur M. Sarkissian, Cathy Schulman, Claire Kupchak, D. Scott Lumpkin, Jackie Chan, Jamie Marshall, Jianhong Qi, John Zeng, Wayne Marc Godfrey
Fotografia: David Tattersall
Trilha Sonora: Cliff Martinez
Estúdio: STX Entertainment
Montador: Angela M. Catanzaro
Distribuidora: Diamond Films

ELENCO

Aaron Monaghan, Caolan Byrne, Charlie Murphy, David Pearse, Dermot Crowley, Donna Bernard, Jackie Chan, John Cronin, Katie Leung, Lia Williams, Mark Tandy, Michael McElhatton, Niall McNamee, Orla Brady, Pierce Brosnan, Pippa Bennett-Warner, Rufus Jones, Scott Sparrow, Sean Campion, Sean Gleeson, Tao Liu

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