Dica do Papo - 'Eraserhead' | 1977
Por Thayná Prado @cinemanoporão
David Lynch é um dos meus diretores favoritos: ele, como ninguém consegue criar universos únicos e tridimensionais em suas narrativas, que causa diversos efeitos em quem assiste suas obras, a dica do papo de hoje é sobre a sua excêntrica e mórbida estreia no cinema: 'Eraserhead'.
O longa de horror de 1977, aborda uma desolada cidade industrial onde vivem Henry Spencer (Jack Nance) e sua namorada Mary X (Charlotte Stewart). Henry e Mary têm um bebê que nasceu prematuro e não parece humano. Quando a mãe os abandona por não conseguir suportar seu terrÃvel aspecto, Henry deve se esforçar para cumprir seu papel de pai solteiro
Em sua estreia como diretor, Lynch já mostra todo o seu potencial, 'Eraserhead' trata-se de um filme de horror surrealista que faz o público imergir diretamente na mente de Henry, o protagonista, o diretor cria um universo tão grotesco e disforme que chega a causar desconforto em quem assiste, o que eleva muito o nÃvel da experiência, principalmente para quem curte o gênero e esse estilo de narrativa. O longa foi realizado com o intuito de ser sentido, uma experiência completamente incomum, então se você é daqueles que curte mais um filme com uma história bem amarrada, um final bem explicadinho, esse filme não é pra você, aliás a filmografia de David Lynch não é pra você (risos).
Os cenários da trama são completamente alucinantes e medonhos, a fotografia é uma das melhores que eu já vi. Em preto e branco Lynch consegue transmitir todo o seu universo misterioso, com efeitos sonoros que causam arrepios. Há poucos diálogos na trama mas tudo o que é dito passa a fazer menos sentido, o que pra mim consegue fazer com o que o filme seja mais interessante ainda, interpretar os devaneios de Henry, seus olhares de frustração, seus pesadelos horripilantes por conta de suas inseguranças e de um passado repleto de muita solidão. Apesar de ser uma narrativa bem onÃrica, nada é por acaso no filme, tudo tem um sentido e chega a ser prazeroso analisar e criar diversas teorias - e isso é o melhor nas criações de David Lynch, ele deixa seu público livre pra pensar em seus desfechos.
O filme é considerado um dos mais influentes na categoria cult, serviu e serve até hoje de referência para diversos diretores que fizeram história no gênero. Um dos que se inspiraram na obra de Lynch, foi o mestre Stanley Kubrick: quando começou a produção de “O Iluminado”(1980), ele pediu para que todos do elenco e equipe técnica assistem 'Eraserhead', porque segundo ele, esse filme era a definição do que é o horror de verdade.
'Eraserhead' passa longe de ser um filme fácil de ser assistido, mas com certeza para quem curte o gênero é uma experiência inesquecÃvel.
David Lynch é um dos meus diretores favoritos: ele, como ninguém consegue criar universos únicos e tridimensionais em suas narrativas, que causa diversos efeitos em quem assiste suas obras, a dica do papo de hoje é sobre a sua excêntrica e mórbida estreia no cinema: 'Eraserhead'.
O longa de horror de 1977, aborda uma desolada cidade industrial onde vivem Henry Spencer (Jack Nance) e sua namorada Mary X (Charlotte Stewart). Henry e Mary têm um bebê que nasceu prematuro e não parece humano. Quando a mãe os abandona por não conseguir suportar seu terrÃvel aspecto, Henry deve se esforçar para cumprir seu papel de pai solteiro
Em sua estreia como diretor, Lynch já mostra todo o seu potencial, 'Eraserhead' trata-se de um filme de horror surrealista que faz o público imergir diretamente na mente de Henry, o protagonista, o diretor cria um universo tão grotesco e disforme que chega a causar desconforto em quem assiste, o que eleva muito o nÃvel da experiência, principalmente para quem curte o gênero e esse estilo de narrativa. O longa foi realizado com o intuito de ser sentido, uma experiência completamente incomum, então se você é daqueles que curte mais um filme com uma história bem amarrada, um final bem explicadinho, esse filme não é pra você, aliás a filmografia de David Lynch não é pra você (risos).
Os cenários da trama são completamente alucinantes e medonhos, a fotografia é uma das melhores que eu já vi. Em preto e branco Lynch consegue transmitir todo o seu universo misterioso, com efeitos sonoros que causam arrepios. Há poucos diálogos na trama mas tudo o que é dito passa a fazer menos sentido, o que pra mim consegue fazer com o que o filme seja mais interessante ainda, interpretar os devaneios de Henry, seus olhares de frustração, seus pesadelos horripilantes por conta de suas inseguranças e de um passado repleto de muita solidão. Apesar de ser uma narrativa bem onÃrica, nada é por acaso no filme, tudo tem um sentido e chega a ser prazeroso analisar e criar diversas teorias - e isso é o melhor nas criações de David Lynch, ele deixa seu público livre pra pensar em seus desfechos.
O filme é considerado um dos mais influentes na categoria cult, serviu e serve até hoje de referência para diversos diretores que fizeram história no gênero. Um dos que se inspiraram na obra de Lynch, foi o mestre Stanley Kubrick: quando começou a produção de “O Iluminado”(1980), ele pediu para que todos do elenco e equipe técnica assistem 'Eraserhead', porque segundo ele, esse filme era a definição do que é o horror de verdade.
'Eraserhead' passa longe de ser um filme fácil de ser assistido, mas com certeza para quem curte o gênero é uma experiência inesquecÃvel.
'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'
DIREÇÃO
- David Lynch
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: David Lynch
Produção: David Lynch
Fotografia: Frederick Elmes, Herbert Cardwell
Trilha Sonora: David Lynch
Estúdio: American Film Institute (AFI), Libra Films
ELENCO
Allen Joseph, Brad Keeler, Charlotte Stewart, Darwin Joston, Doddie Keeler, Gill Dennis, Hal Landon Jr., Jack Fisk, Jack Nance, Jack Walsh, Jean Lange, Jeanne Bates, Jennifer Chambers Lynch, John Monez, Judith Roberts, Laurel Near, Peggy Lynch, T. Max Graham, Thomas Coulson, Toby Keeler, V. Phipps-Wilson
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