PiTacO do PapO - 'Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas' | 2017
NOTA 10
Por Rogério Machado
Atenção conservadores: batam em retirada! Definitivamente 'Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas', que passou pelos cinemas em dezembro passado, não é nem de longe recomendado pra vocês. O filme vai muito além de uma simples cinebio, ele aponta o marco de um movimento que até hoje vem sendo motivo de discussão e ainda é tabu na nossa sociedade: a história se mistura ao movimento feminista na década de trinta, e aos primórdios do que hoje é chamado de pluri amor, ou amor livre. Mas será que mundo estaria preparado pra isso?
A cinebiografia narra a nada convencional vida de Wiliam Moulton Marston (Luke Evans), um exÃmio professor, psicólogo e inventor de Harvard que ajudou a tornar real o Detector de Mentiras e que também criou a maior heroÃna de todos os tempos: a Mulher-Maravilha, personagem dos quadrinhos, em 1941, que até hoje é uma das personagens mais celebradas das HQ´s. Marston mantinha uma relação polÃgama envolvendo sua esposa Elizabeth Marston (Rebecca Hall), psicóloga e inventora, e Olive Byrne (Bella Heathcote), uma ex-aluna que virou acadêmica. Essa relação e os ideais feministas das duas mulheres foram essenciais para a criação da personagem que, coincidentemente ou não, ganhou no mesmo ano um longa que arrebatou crÃtica e público vivida pela atriz Gal Gadot.
'...Não, não tenho ciúme sexual...quem sou eu pra lutar contra a natureza? Sou sua esposa, não sua carcereira...' Disse Elizabeth Marston ao marido quando este revelou um interesse súbito e inquieto em estudar a aluna Olive Byrne. Desse interesse, que a princÃpio ele chamou de objeto de pesquisa para seus estudos, que eram relativos ao feminismo, à dominação, aos fetiches sexuais, que eu nem preciso dizer que se hoje ainda são barreiras, em 1928 representavam muralhas intransponÃveis. Byrne tinha pedigree em se tratando de mulheres à frente de seu tempo, criada por freiras em orfanatos, a moça era sobrinha da enfermeira, psicóloga e sufragista Margaret Sanger, que foi ativista pelos métodos contraceptivos e pregadora ferrenha do amor livre - outra grande inspiração para a criação da Mulher Maravilha.
No inÃcio, a crÃtica e perseguição ao professor em função de seus quadrinhos foi grande, principalmente quando o relacionamento aberto do trio veio à tona: boundage, spanking e homossexualidade faziam parte do conteúdo dos quadrinhos, ainda que de maneira disfarçada - um dos poderes da amazona Diana era uma corda em que seus inimigos amarrados por ela, inevitavelmente teriam que dizer à verdade - tudo isso fazendo menção ao boundage (fetiche que consiste em ser amarrado) e ao detector de mentiras criado por Marston.
O texto de irrepreensÃvel profundidade , a direção afiada (e ousada , eu diria) de Angela Robinson, assim como a quÃmica deliciosa do trio de atores, fazem de 'Professor Marston e as Mulheres Maravilhas' uma obra que se sobressai tanto pelo conteúdo informativo - que resgata a história incrÃvel de Marston - quanto por seu papel social, que mesmo se passando há mais de 70 anos atrás, tem tanto à nos ensinar.
Super Vale Ver !
Por Rogério Machado
Atenção conservadores: batam em retirada! Definitivamente 'Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas', que passou pelos cinemas em dezembro passado, não é nem de longe recomendado pra vocês. O filme vai muito além de uma simples cinebio, ele aponta o marco de um movimento que até hoje vem sendo motivo de discussão e ainda é tabu na nossa sociedade: a história se mistura ao movimento feminista na década de trinta, e aos primórdios do que hoje é chamado de pluri amor, ou amor livre. Mas será que mundo estaria preparado pra isso?
A cinebiografia narra a nada convencional vida de Wiliam Moulton Marston (Luke Evans), um exÃmio professor, psicólogo e inventor de Harvard que ajudou a tornar real o Detector de Mentiras e que também criou a maior heroÃna de todos os tempos: a Mulher-Maravilha, personagem dos quadrinhos, em 1941, que até hoje é uma das personagens mais celebradas das HQ´s. Marston mantinha uma relação polÃgama envolvendo sua esposa Elizabeth Marston (Rebecca Hall), psicóloga e inventora, e Olive Byrne (Bella Heathcote), uma ex-aluna que virou acadêmica. Essa relação e os ideais feministas das duas mulheres foram essenciais para a criação da personagem que, coincidentemente ou não, ganhou no mesmo ano um longa que arrebatou crÃtica e público vivida pela atriz Gal Gadot.
'...Não, não tenho ciúme sexual...quem sou eu pra lutar contra a natureza? Sou sua esposa, não sua carcereira...' Disse Elizabeth Marston ao marido quando este revelou um interesse súbito e inquieto em estudar a aluna Olive Byrne. Desse interesse, que a princÃpio ele chamou de objeto de pesquisa para seus estudos, que eram relativos ao feminismo, à dominação, aos fetiches sexuais, que eu nem preciso dizer que se hoje ainda são barreiras, em 1928 representavam muralhas intransponÃveis. Byrne tinha pedigree em se tratando de mulheres à frente de seu tempo, criada por freiras em orfanatos, a moça era sobrinha da enfermeira, psicóloga e sufragista Margaret Sanger, que foi ativista pelos métodos contraceptivos e pregadora ferrenha do amor livre - outra grande inspiração para a criação da Mulher Maravilha.
No inÃcio, a crÃtica e perseguição ao professor em função de seus quadrinhos foi grande, principalmente quando o relacionamento aberto do trio veio à tona: boundage, spanking e homossexualidade faziam parte do conteúdo dos quadrinhos, ainda que de maneira disfarçada - um dos poderes da amazona Diana era uma corda em que seus inimigos amarrados por ela, inevitavelmente teriam que dizer à verdade - tudo isso fazendo menção ao boundage (fetiche que consiste em ser amarrado) e ao detector de mentiras criado por Marston.
O texto de irrepreensÃvel profundidade , a direção afiada (e ousada , eu diria) de Angela Robinson, assim como a quÃmica deliciosa do trio de atores, fazem de 'Professor Marston e as Mulheres Maravilhas' uma obra que se sobressai tanto pelo conteúdo informativo - que resgata a história incrÃvel de Marston - quanto por seu papel social, que mesmo se passando há mais de 70 anos atrás, tem tanto à nos ensinar.
Super Vale Ver !
DIREÇÃO
- Angela Robinson
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Angela Robinson
Produção: Amy Redford, Terry Leonard
Fotografia: Bryce Fortner
Trilha Sonora: Tom Howe
Estúdio: Boxspring Entertainment, Opposite Field Pictures
Montador: Jeffrey M. Werner
Distribuidora: Sony Pictures
ELENCO
Alexa Havins, Allie Gallerani, Bella Heathcote, Chris Conroy, Christopher Jon Gombos, Christopher Paul Richards, Connie Britton, Forry Buckingham, Frank Ridley, Gabriella Nail, JJ Feild, Ken Cheeseman, Lucinda Clare, Luke Evans, Maggie Castle, Monica Giordano, Nicholas Dias, Oliver Platt, Rebecca Hall, Sebastian Wood, Sharon Kubo, Stacy Fischer, Tom Kemp
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