PiTacO do PapO - 'Beach Rats' | 2017
NOTA 8.0
Por Rogério Machado
Primeiro um sentir diferente, depois a descoberta, em seguida a negação. Essa negação poderá seguir durante toda uma vida e causar aprisionamento, ou quem sabe tomar rumos livres, livres do medo de encarar uma nova realidade, um novo jeito de ser. No meio de tantos exemplares dentro do gênero, 'Beach Rats', (ou 'Ratos de Praia', provável tÃtulo nacional) conseguiu um jeito original de falar de um tema outras vezes abordado no universo LGBT para o cinema.
No drama conheceremos o jovem Frankie (Harris Dickinson), que mora no Brooklyn em N.Y e anda de um lado para o outro com uma turma de amigos tão sem rumo na vida quanto ele. O rapaz tem uma famÃlia normal como qualquer outra, mas que passa por um momento difÃcil em razão da doença do pai, que está com câncer. Entre uma festinha e outra para se drogar e um flerte com Simone (Madeline Weinstein), Frankie tem como hábito, procurar homens mais velhos on line para satisfazer seus desejos escondidos.
Sucesso no Festival de Sundance em 2017 e sem previsão de estreia oficial por aqui, o filme dirigido por Eliza Hittman traz o velho dilema da descoberta da sexualidade e a atração pelo mesmo sexo mostrado de um modo intimista e muito natural, sem os atropelos e floreios - armadilhas que,produções com tal abordagem costumam cair.
Frankie se divide entre dois mundos: De um lado, o convÃvio com rapazes da mesma idade, heterossexuais, com quem conversa trivialidades, fala a respeito das meninas que "pega" e usa drogas sem se preocupar com as consequências. Do outro lado, sozinho em casa, passa as noites online em conversas picantes com vários caras. Sempre à s sombras, com um olhar perdido, como quem tem vergonha de si. Às vezes, encontros ao vivo em locais escondidos, como arbustos. Ele não se considera gay, apenas alguém que está experimentando. E ele experimenta. Já sabe o que é, sexualmente falando, mesmo que não aceite isso.
É desse forma que o filme transcorre, nesse conflito que se revesa entre o medo que os outros saibam sobre ele, e o horror da autoaceitação. O longa de Hittman trabalha bem o dilema sendo direto e ao mesmo tempo suave com as questões vividas pelo protagonista. O maior mérito do longa é ser natural e se aproximar com cuidado da vida real.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
Primeiro um sentir diferente, depois a descoberta, em seguida a negação. Essa negação poderá seguir durante toda uma vida e causar aprisionamento, ou quem sabe tomar rumos livres, livres do medo de encarar uma nova realidade, um novo jeito de ser. No meio de tantos exemplares dentro do gênero, 'Beach Rats', (ou 'Ratos de Praia', provável tÃtulo nacional) conseguiu um jeito original de falar de um tema outras vezes abordado no universo LGBT para o cinema.
No drama conheceremos o jovem Frankie (Harris Dickinson), que mora no Brooklyn em N.Y e anda de um lado para o outro com uma turma de amigos tão sem rumo na vida quanto ele. O rapaz tem uma famÃlia normal como qualquer outra, mas que passa por um momento difÃcil em razão da doença do pai, que está com câncer. Entre uma festinha e outra para se drogar e um flerte com Simone (Madeline Weinstein), Frankie tem como hábito, procurar homens mais velhos on line para satisfazer seus desejos escondidos.
Sucesso no Festival de Sundance em 2017 e sem previsão de estreia oficial por aqui, o filme dirigido por Eliza Hittman traz o velho dilema da descoberta da sexualidade e a atração pelo mesmo sexo mostrado de um modo intimista e muito natural, sem os atropelos e floreios - armadilhas que,produções com tal abordagem costumam cair.
Frankie se divide entre dois mundos: De um lado, o convÃvio com rapazes da mesma idade, heterossexuais, com quem conversa trivialidades, fala a respeito das meninas que "pega" e usa drogas sem se preocupar com as consequências. Do outro lado, sozinho em casa, passa as noites online em conversas picantes com vários caras. Sempre à s sombras, com um olhar perdido, como quem tem vergonha de si. Às vezes, encontros ao vivo em locais escondidos, como arbustos. Ele não se considera gay, apenas alguém que está experimentando. E ele experimenta. Já sabe o que é, sexualmente falando, mesmo que não aceite isso.
É desse forma que o filme transcorre, nesse conflito que se revesa entre o medo que os outros saibam sobre ele, e o horror da autoaceitação. O longa de Hittman trabalha bem o dilema sendo direto e ao mesmo tempo suave com as questões vividas pelo protagonista. O maior mérito do longa é ser natural e se aproximar com cuidado da vida real.
Vale Ver !
DIREÇÃO
- Eliza Hittman
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Eliza Hittman
Produção: Brad Becker-Parton,Andrew Goldman, Drew P. Houpt,Paul Mezey
Fotografia: Hélène Louvart
Trilha Sonora: Nicholas Leone
Montador: Scott Cummings, Joe Murphy
Elenco
Harris Dickinson, Madeline Weinstein, Kate Hodge,Neal Huff, Nicole Flyus,Frank Hakaj,David Ivanov,Anton Selyaninov,Harrison Sheehan, Douglas Everett Davis,Gabriel Gans,Erik Potempa
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