Crítica Escracho! Cinquenta Tons: A Trilogia
Por Vinícius Martins @cinemarcante
Prometeram putaria. Putaria pesada, nível hardcore, com uma demonstração audiovisual condizente com tudo o que o sadomasoquismo tem de melhor a oferecer. Prometeram boceta, prometeram rola, prometeram tesão. Prometeram, prometeram e prometeram. E no fim, acabou ficando tudo na promessa mesmo.
Primeiro, vamos tentar entender o que caralhos a trilogia Cinquenta Tons é. Aquela porra já nasceu toda errada por ser fan-fic de Crepúsculo, a começar por aí. Os personagens vivem basicamente os mesmos dilemas que os da saga de “vampiros”, e são construídos exatamente sobre a exploração dos mesmos estereótipos da insegurança feminina, que vão desde almejar “o fodão inalcançável” até ser “a virgenzinha inocente inferiormente complexada”. Daí o tal cara pica das galáxias olha para a donzela e meio que decide se apaixonar por ela, encontrando graça onde não tem, e escolhe abandonar seu arsenal de gostosas (ou submissas/almoço) e fica rondando a carne nova como se fosse uma orca brincando com uma foca antes de devorá-la. Todo mundo sabe como vai acabar, mas ao invés de comer logo os caras inventam joguinhos, perseguem, vasculham todo o histórico de vida da pessoa e enchem o saco delas com ordens e instruções. “Não vá lá, Bella”, “Não use tal roupa, Ana”, e o clássico “Eu falei para ficar longe de mim”. Ahhhhhh vá pro inferno bicho, vai ser chato assim lá no caralho que te vira do avesso.
Christian Grey é um psicopata com complexo de Édipo afetado, e Anastasia Steele é a sonsa desajeitada que por coincidência é idêntica à mãe do tarado. Aí, com o decorrer da história, descobre-se que a mocinha casta queria desde sempre era chupar um canavial de rola e o idiota mandão queria era alguém que o quisesse e ao mesmo tempo o confrontasse. Algo do tipo “me ame e me machuque”. Parece que o sado foi esquecido, e só restou o masoquismo.
O foda é que a trama prometia. Não me dei ao trabalho de ler os livros, mas pelo que falavam eu acabei imaginando que fosse ser um filme pesadão. A coisa de ressentimento com a mãe, o aflorar da descoberta da mocinha e todo ódio mesclado com amor que envolvia o 'Edward da vez', tinha tudo pra vingar em um filme sensual e envolvente, com potencial de criar algumas cenas tão icônicas quanto a da famosa cruzada de pernas de Sharon Stone. Só que a coisa não funciona nem como romance, nem como drama, e muito menos como pornô. Os clássicos do Cine Band Privê, das madrugadas de sábado para domingo (os onanistas de plantão sabem muito bem do que eu estou falando) deixavam o público pelo menos meladinho, já que assumiam seu caráter pornográfico. E olha que aquela porra era mentirosa e grotesca pra caralho (um amigo meu que disse ( ͡° ͜ʖ ͡°) , com o quadril do cara no joelho da mina e ele, teoricamente, com a pica dentro. Eita porra, o cara tem um pênis de 60cm?
Mas voltando a Cinquenta Tons, o grande erro dessa história toda é que todo mundo quer meter na garota sem graça. Tem o ricasso, o amigo, o carinha do bar, o chefe safado (outro infeliz que teve uma infância difícil é acabou num orfanato - será que orfanatos formam tarados hoje em dia?) e até uma senhora lésbica, que falou um cobiçoso “gostosa” em alto e bom som na poltrona atrás da minha, quando a Dakota Johnson pagou peitinho em close no segundo filme. Mas nem os nus preguiçosos tornam o filme atrativo, já que os diretores não arriscaram em nada ao filmar o sexo, e fizeram as transas mais comportadas dentre o segmento BDSM. Sexo pesado não é mais a tendência? Inocência é o novo fetiche? Se é assim, então vamos recorrer aos desenhos animados!
A animação de 2006 do brilhante George Miller ‘Happy Feet - O Pinguim’, vencedora do Oscar na categoria, tem uma cena polêmica de menos de cinco segundos onde Mano e Glória protagonizam mais posições sexuais do que o casal Grey em toda a sua trilogia. Em outras palavras, 'Happy Feet - O Pinguim’ é mais pornô do que os filmes baba-ovo adaptados dos livros de E L James. Os filmes poderiam se assumir comédias logo de uma vez, porque aí pelo menos haveria alguma gozação.
O que devia ser um banho de esperma acabou sendo um mergulho no estrume. A palavra que melhor define essa trilogia, usando de toda a ironia que me resta, é a seguinte: broxante.
Prometeram putaria. Putaria pesada, nível hardcore, com uma demonstração audiovisual condizente com tudo o que o sadomasoquismo tem de melhor a oferecer. Prometeram boceta, prometeram rola, prometeram tesão. Prometeram, prometeram e prometeram. E no fim, acabou ficando tudo na promessa mesmo.
Primeiro, vamos tentar entender o que caralhos a trilogia Cinquenta Tons é. Aquela porra já nasceu toda errada por ser fan-fic de Crepúsculo, a começar por aí. Os personagens vivem basicamente os mesmos dilemas que os da saga de “vampiros”, e são construídos exatamente sobre a exploração dos mesmos estereótipos da insegurança feminina, que vão desde almejar “o fodão inalcançável” até ser “a virgenzinha inocente inferiormente complexada”. Daí o tal cara pica das galáxias olha para a donzela e meio que decide se apaixonar por ela, encontrando graça onde não tem, e escolhe abandonar seu arsenal de gostosas (ou submissas/almoço) e fica rondando a carne nova como se fosse uma orca brincando com uma foca antes de devorá-la. Todo mundo sabe como vai acabar, mas ao invés de comer logo os caras inventam joguinhos, perseguem, vasculham todo o histórico de vida da pessoa e enchem o saco delas com ordens e instruções. “Não vá lá, Bella”, “Não use tal roupa, Ana”, e o clássico “Eu falei para ficar longe de mim”. Ahhhhhh vá pro inferno bicho, vai ser chato assim lá no caralho que te vira do avesso.
Christian Grey é um psicopata com complexo de Édipo afetado, e Anastasia Steele é a sonsa desajeitada que por coincidência é idêntica à mãe do tarado. Aí, com o decorrer da história, descobre-se que a mocinha casta queria desde sempre era chupar um canavial de rola e o idiota mandão queria era alguém que o quisesse e ao mesmo tempo o confrontasse. Algo do tipo “me ame e me machuque”. Parece que o sado foi esquecido, e só restou o masoquismo.
O foda é que a trama prometia. Não me dei ao trabalho de ler os livros, mas pelo que falavam eu acabei imaginando que fosse ser um filme pesadão. A coisa de ressentimento com a mãe, o aflorar da descoberta da mocinha e todo ódio mesclado com amor que envolvia o 'Edward da vez', tinha tudo pra vingar em um filme sensual e envolvente, com potencial de criar algumas cenas tão icônicas quanto a da famosa cruzada de pernas de Sharon Stone. Só que a coisa não funciona nem como romance, nem como drama, e muito menos como pornô. Os clássicos do Cine Band Privê, das madrugadas de sábado para domingo (os onanistas de plantão sabem muito bem do que eu estou falando) deixavam o público pelo menos meladinho, já que assumiam seu caráter pornográfico. E olha que aquela porra era mentirosa e grotesca pra caralho (um amigo meu que disse ( ͡° ͜ʖ ͡°) , com o quadril do cara no joelho da mina e ele, teoricamente, com a pica dentro. Eita porra, o cara tem um pênis de 60cm?
Mas voltando a Cinquenta Tons, o grande erro dessa história toda é que todo mundo quer meter na garota sem graça. Tem o ricasso, o amigo, o carinha do bar, o chefe safado (outro infeliz que teve uma infância difícil é acabou num orfanato - será que orfanatos formam tarados hoje em dia?) e até uma senhora lésbica, que falou um cobiçoso “gostosa” em alto e bom som na poltrona atrás da minha, quando a Dakota Johnson pagou peitinho em close no segundo filme. Mas nem os nus preguiçosos tornam o filme atrativo, já que os diretores não arriscaram em nada ao filmar o sexo, e fizeram as transas mais comportadas dentre o segmento BDSM. Sexo pesado não é mais a tendência? Inocência é o novo fetiche? Se é assim, então vamos recorrer aos desenhos animados!
A animação de 2006 do brilhante George Miller ‘Happy Feet - O Pinguim’, vencedora do Oscar na categoria, tem uma cena polêmica de menos de cinco segundos onde Mano e Glória protagonizam mais posições sexuais do que o casal Grey em toda a sua trilogia. Em outras palavras, 'Happy Feet - O Pinguim’ é mais pornô do que os filmes baba-ovo adaptados dos livros de E L James. Os filmes poderiam se assumir comédias logo de uma vez, porque aí pelo menos haveria alguma gozação.
O que devia ser um banho de esperma acabou sendo um mergulho no estrume. A palavra que melhor define essa trilogia, usando de toda a ironia que me resta, é a seguinte: broxante.
'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'
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