Crítica Escracho! 'Frozen - Uma Tortura Irritante' | 2013
'Já passou da hora de deixar ir'
Por Vinícius Martins @cinemarcante
A Disney tem grandes musicais em seu histórico de filmes. 'A Bela e a Fera' (a animação de 1991), 'O Rei Leão', 'O Corcunda de Notre Dame' (que é o melhor desenho do estúdio), 'Aladim', 'A Pequena Sereia' e até mesmo 'Tarzan' são obras de intensa comoção e figuram um brilho especial no hall das grandes obras do cinema de todos os tempos. 'Frozen- Uma Aventura Congelante', certamente, não é uma delas.
Se formos considerar o dinheiro que rendeu, 'Frozen' coloca todos eles no chinelo. O filme despontou na casa do bilhão e fez um barulho estrondoso após o lançamento, gerando um eco que ainda enche o saco até hoje em lancheiras e mochilas infantis, além de pirralhos(as) que insistem em gritar ‘Let It Go’ no meio da rua. Às vezes fico me perguntando se não fizeram pacto com o diabo pra esse filme viralizar, porque a campanha de marketing foi horrorosa e ainda assim as salas ficaram lotadas. Mas isso não muda o fato incontestável que tratamos aqui hoje: o filme é muito ruim.
Assistindo pela primeira vez ele tem até lá a sua graça e seu charme. Já na segunda, percebe-se a falta de sentido que as coisas tem nesse imenso conjunto de fezes. Comecemos pelo básico, que é a coerência.
Se você esconde há anos que é portadora de uma magia macabra que trás o inverno de Game of Thrones num estalar de dedos, esconde essa macumba a todo custo, mas briga com sua irmã mais nova e quase mata um pessoal no seu castelo onde você é a rainha, sendo exposta em toda a sua bizarrice para todos os presentes, você faz o quê? Sobe uma porra de uma montanha coberta de neve a pé. E como se não bastasse, eu pergunto: pra fazer o quê lá em cima? Simples! Cantar, é claro! Isso mesmo! Aquela rapariga subiu uma puta montanha alta pra caralho pra cantar uma canção! E como se ainda não bastasse, construiu um castelo de gelo no meio do nada, enquanto cantava, e resolveu morar lá.
MANO DO CÉU! O que essa mulher vai comer quando bater uma larica escabrosa? Onde essa mulher vai cagar? Será que ela precisa de geladeira em casa? Nem o Globo Repórter sabe responder essas perguntas, quem dirá as crianças que idolatram aquela bosta de desenho ruim dos infernos (não façam essas perguntas para nenhuma criança, não queremos traumatizar ninguém, ok?!)
Chega de Lerigôu, porra, tem que parar com essa merda! Musiquinha chata do caralho, que só não é a pior do filme porque tem aquela dos trolls de pedra, e que ainda conseguiu levar o Oscar de Melhor Canção Original. Puta que pariu, esse pessoal da Academia tá comendo merda? Como essa droga conseguiu vencer 'The Moon Song'? Eu fiquei muito puto, e tô ficando mais puto ainda só de lembrar desse fato...
Tem um cara que vende gelo, um boneco de neve que estampa todos os cartazes e é o principal chamariz do trailer - mas que só aparece em um terço do filme, tem o príncipe Hans (que não é Zimmer) querendo passar a perna na coroa e tem também um velho retardado que dança igual a uma calopsita. E mesmo com esse monte de coisas estranhas, com um humor que em diversas cenas é forçado e desconexo com a narrativa (a cena do Olaf querendo ir pra praia, por exemplo) que só parece estar ali pra tentar ocupar uma lacuna vazia (“não temos uma boa história? Vamos colocar mais uma música tosca aqui porque criança não tá nem aí mesmo”), o filme se estende enchendo linguiça para preencher o tempo até uma hora e meia, já que não tem nada mais interessante acontecendo nessa historinha fraca. O desfecho, com toda aquela melação de calcinha sobre o gesto de amor verdadeiro e tudo mais, estava com sua resolução estampada desde que foi anunciada, e meio que só quem gosta de Crepúsculo não tinha percebido ainda que não seria com um beijo.
Não adianta nada ter um filme visualmente bonito e bem trabalhado, com um visual bacana e tecnologia de primeira para fazer a animação, se o roteiro for lixo. ‘Deu a Louca na Chapelzinho’, de mais de dez anos atrás, é um desenho muito melhor do que 'Frozen'! E até a música que o bode canta na avalanche é melhor do que a maioria das músicas do filme bilionário da Disney.
Na boa, de coração, ‘Os Croods’ é mais emocionante, mais fofo e mais legal, e merecia ganhar o Oscar mil vezes em cima de 'Frozen'. Chega desse puxa-saquismo com os filmes da Disney só porque são da Disney. O pessoal do Mickey também faz filmes ruins de vez em quando, não sejamos cegos só porque o estúdio tem um nome forte. Lembremo-nos que até os gigantes pecam de vez em quando – e 'Frozen' beira a categoria de “pecado abominável”.
'Frozen' não é o melhor musical da Disney, e se você acha que é então recomendo que veja os clássicos citados no começo do artigo e estude um pouquinho mais sobre cinema antes de querer defender uma obra pela moda do momento. 'Frozen', meus queridos, passa longe de ser essa Coca-Cola toda.
Por Vinícius Martins @cinemarcante
A Disney tem grandes musicais em seu histórico de filmes. 'A Bela e a Fera' (a animação de 1991), 'O Rei Leão', 'O Corcunda de Notre Dame' (que é o melhor desenho do estúdio), 'Aladim', 'A Pequena Sereia' e até mesmo 'Tarzan' são obras de intensa comoção e figuram um brilho especial no hall das grandes obras do cinema de todos os tempos. 'Frozen- Uma Aventura Congelante', certamente, não é uma delas.
Se formos considerar o dinheiro que rendeu, 'Frozen' coloca todos eles no chinelo. O filme despontou na casa do bilhão e fez um barulho estrondoso após o lançamento, gerando um eco que ainda enche o saco até hoje em lancheiras e mochilas infantis, além de pirralhos(as) que insistem em gritar ‘Let It Go’ no meio da rua. Às vezes fico me perguntando se não fizeram pacto com o diabo pra esse filme viralizar, porque a campanha de marketing foi horrorosa e ainda assim as salas ficaram lotadas. Mas isso não muda o fato incontestável que tratamos aqui hoje: o filme é muito ruim.
Assistindo pela primeira vez ele tem até lá a sua graça e seu charme. Já na segunda, percebe-se a falta de sentido que as coisas tem nesse imenso conjunto de fezes. Comecemos pelo básico, que é a coerência.
Se você esconde há anos que é portadora de uma magia macabra que trás o inverno de Game of Thrones num estalar de dedos, esconde essa macumba a todo custo, mas briga com sua irmã mais nova e quase mata um pessoal no seu castelo onde você é a rainha, sendo exposta em toda a sua bizarrice para todos os presentes, você faz o quê? Sobe uma porra de uma montanha coberta de neve a pé. E como se não bastasse, eu pergunto: pra fazer o quê lá em cima? Simples! Cantar, é claro! Isso mesmo! Aquela rapariga subiu uma puta montanha alta pra caralho pra cantar uma canção! E como se ainda não bastasse, construiu um castelo de gelo no meio do nada, enquanto cantava, e resolveu morar lá.
MANO DO CÉU! O que essa mulher vai comer quando bater uma larica escabrosa? Onde essa mulher vai cagar? Será que ela precisa de geladeira em casa? Nem o Globo Repórter sabe responder essas perguntas, quem dirá as crianças que idolatram aquela bosta de desenho ruim dos infernos (não façam essas perguntas para nenhuma criança, não queremos traumatizar ninguém, ok?!)
Chega de Lerigôu, porra, tem que parar com essa merda! Musiquinha chata do caralho, que só não é a pior do filme porque tem aquela dos trolls de pedra, e que ainda conseguiu levar o Oscar de Melhor Canção Original. Puta que pariu, esse pessoal da Academia tá comendo merda? Como essa droga conseguiu vencer 'The Moon Song'? Eu fiquei muito puto, e tô ficando mais puto ainda só de lembrar desse fato...
Tem um cara que vende gelo, um boneco de neve que estampa todos os cartazes e é o principal chamariz do trailer - mas que só aparece em um terço do filme, tem o príncipe Hans (que não é Zimmer) querendo passar a perna na coroa e tem também um velho retardado que dança igual a uma calopsita. E mesmo com esse monte de coisas estranhas, com um humor que em diversas cenas é forçado e desconexo com a narrativa (a cena do Olaf querendo ir pra praia, por exemplo) que só parece estar ali pra tentar ocupar uma lacuna vazia (“não temos uma boa história? Vamos colocar mais uma música tosca aqui porque criança não tá nem aí mesmo”), o filme se estende enchendo linguiça para preencher o tempo até uma hora e meia, já que não tem nada mais interessante acontecendo nessa historinha fraca. O desfecho, com toda aquela melação de calcinha sobre o gesto de amor verdadeiro e tudo mais, estava com sua resolução estampada desde que foi anunciada, e meio que só quem gosta de Crepúsculo não tinha percebido ainda que não seria com um beijo.
Não adianta nada ter um filme visualmente bonito e bem trabalhado, com um visual bacana e tecnologia de primeira para fazer a animação, se o roteiro for lixo. ‘Deu a Louca na Chapelzinho’, de mais de dez anos atrás, é um desenho muito melhor do que 'Frozen'! E até a música que o bode canta na avalanche é melhor do que a maioria das músicas do filme bilionário da Disney.
Na boa, de coração, ‘Os Croods’ é mais emocionante, mais fofo e mais legal, e merecia ganhar o Oscar mil vezes em cima de 'Frozen'. Chega desse puxa-saquismo com os filmes da Disney só porque são da Disney. O pessoal do Mickey também faz filmes ruins de vez em quando, não sejamos cegos só porque o estúdio tem um nome forte. Lembremo-nos que até os gigantes pecam de vez em quando – e 'Frozen' beira a categoria de “pecado abominável”.
'Frozen' não é o melhor musical da Disney, e se você acha que é então recomendo que veja os clássicos citados no começo do artigo e estude um pouquinho mais sobre cinema antes de querer defender uma obra pela moda do momento. 'Frozen', meus queridos, passa longe de ser essa Coca-Cola toda.
'Papo de Cinemateca - Muito Cinema pra Todo Mundo'
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