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PiTacO do PapO - 'Vingadores: Guerra Infinita' | 2018

NOTA 9.8

A desolação de Thanos e o evento de uma geração
 
Por Vinícius Martins @cinemarcante 



Desde que foi anunciado o nome de Martin Freeman dentro do MCU (Marvel Cinematic Universe), imaginei o quão épico seria se tivesse uma cena em que ele, Benedict Cumberbatch e Robert Downey Jr. protagonizassem debatendo algum mistério a ser resolvido. Na minha mente, Freeman assistiria o Doutor Estranho e o Homem de Ferro discutindo sobre como descobrir o ponto fraco de Thanos e então, admirado com a inteligência deles, perguntaria aos dois: “Quem vocês pensam que são? Sherlock Holmes?” - isso sim seria épico. Para quem não pegou a referência, Strange e Stark tiveram seus atores já encarnando o detetive Holmes em outras produções, enquanto Freeman viveu John Watson ao lado de Cumberbatch na série da BBC. Pena que a Marvel deixou passar a oportunidade de fazer a piadinha.
 

Há um trecho no trailer de 'Vingadores: Guerra Infinita’ em que Thanos diz procurar o equilíbrio perfeito do universo. Os diretores Joe e Anthony Russo pegaram esse mesmo conceito de balança e o aplicaram dentro do filme que, pode-se dizer, é a primeira parte do ápice do universo de filmes da Marvel. O filme é um exemplo de equilíbrio, intercalando em si mesmo um leque de gêneros levando o público a acreditar que tudo é uma coisa única. Não há destoar entre o terror, o suspense, a comédia, a ação, o drama, o romance e a ópera espacial. Tudo é parte de um quebra-cabeça meticulosamente montado, feito com tanta perfeição que não seria nenhuma novidade se desse mix surgisse o “gênero Marvel”. O filme é, sem nenhum exagero, um prodígio dentro da indústria e um divisor de águas em tudo relacionado ao cinema. Sem querer fazer um apelo blasfemo, ouso afirmar que 'Vingadores: Guerra Infinita’ está para o cinema como Cristo está para a Bíblia.


Dessa mescla astronômica de gêneros, personagens, tramas e reviravoltas, surgem diversos sentimentos e sensações acompanhando. Sorrisos, gargalhadas altas, lágrimas, suspiros de tensão, suspiros de alívio, sorrisinhos de meia boca por ter entendido a referência, e a comoção pela chegada do inevitável clímax de uma cinessérie que já dura uma década. A ameaça de Thanos vinga, e se faz vigorosamente satisfatória após a Marvel tê-lo cozinhado por seis anos, desde 2012. Cada herói tem seu momento contra o vilão, e forças são medidas em confrontos mortais e tão insanos quanto o Titã Louco. As motivações de Thanos ganham substância e camadas, e tiram o filme da classe clássica (isso é pleonasmo?) de “bem contra o mal”, jogando a trama em um enredo de corrida pela sobrevivência.
 

Porém, infelizmente, existe esse um porém (outro pleonasmo?). A trama fragmentada, apesar de bem desenvolvida, fica suspensa em sua própria grandeza. Tudo se resolve, mas pouco se explica. Isso é ruim? Não exatamente. O estúdio não entregaria tudo de uma só vez, mas também não se esperava tamanha coragem de sua parte em complicar a coisa ao ponto extremo de tornar o insolucionável em algo infinitamente insolucionável. O maior desafio agora é a construção do quarto Vingadores após um filme que redefine tudo o que conhecemos e não deixa ganchos para o futuro - tirando uma breve menção, quase honrosa, no final dos acréscimos do segundo tempo. Há uma cena pós créditos importantíssima, que expõe um lado não visto sobre o caos que se instala.
 

Com piadas pontuais e referências em louvor ao universo geek, ‘Vingadores: Guerra Infinita’ emociona e revolta ao mesmo tempo. Dando abertura para a criação de inúmeras teorias quanto ao filme que virá em 2019, o longa gera um debate sem precedentes entre os fãs da Marvel. Nossa teoria será publicada na próxima semana, após uma criteriosa análise sobre o que significa o terceiro ato do filme dentro do universo estabelecido e para o cinema como um todo.

Por hora, resta pedir que o filme seja assistido com atenção e que spoilers não sejam distribuídos como “bom dia”. Pela coragem, astúcia, audácia e iniciativa que toma (50 pontos para a Grifinória!), o filme merece respeito. A desolação que ele propõe gera algo totalmente novo, e a ansiedade pelo que ainda virá está maior do que a determinação de Thanos em aniquilar meio universo.


Super Vale Ver !

DIREÇÃO

Anthony Russo, Joe Russo

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Produção: Kevin Feige
Fotografia: Trent Opaloch
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Estúdio: Marvel Studios
Montador: Jeffrey Ford, Matthew Schmidt
Distribuidora: Walt Disney Pictures

ELENCO

Angela Bassett, Annie Pisapia, Anthony Mackie, Benedict Cumberbatch, Benedict Wong, Benicio Del Toro, Blair Jasin, Bradley Cooper, Callan Mulvey, Chadwick Boseman, Chris Evans, Chris Hemsworth, Chris Pratt, Danai Gurira, Dave Bautista, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Ethan Dizon, Florence Kasumba, Floyd Anthony Johns Jr., Gwyneth Paltrow, Hye Jin Jang, Idris Elba, Isabella Amara, Jeremy Renner, Jon Favreau, Josh Brolin, Karen Gillan, Kerry Condon, Letitia Wright, Linda Cardellini, Mark Ruffalo, Matthew Zuk, Michael Pierino Miller, Paul Bettany, Paul Rudd, Perla Middleton, Peter Dinklage, Pom Klementieff, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sean Gunn, Sebastian Stan, Terry Notary, Tiffany Espensen, Tom Hiddleston, Tom Holland, Tom Vaughan-Lawlor, Vin Diesel, Winston Duke, Zoe Saldana

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