PiTacO do PapO - 'Rio Mumbai' | 2018
NOTA 8.5
Por Rogério Machado
" O cinema ainda é o lugar das viagens no tempo..." Disse Pedro Sodré durante a pré estreia de 'Rio Mumbai', primeiro longa metragem do cineasta, ator e roteirista que aqui divide a cadeira da direção com Gabriel Mellin. O longa que chega nos cinemas do Grupo Estação (RJ), Reserva Cultural (Niterói) e no Reserva Cultural em São Paulo nesse dia 24 de maio, mistura o místico com as famosas viagens no tempo. Tema esse recorrente no universo cinematográfico, que na história ganha novos ares pela maneira natural e intimista com que alia ciência e fé.
Na trama seremos apresentados à Nelson (Pedro Sodré), um jovem jornalista cético e desiludido com sua profissão. Ele é casado com Maria (Clara Choveaux), uma dançarina. Um dia, o rapaz passa a viver estranhas experiências e é convencido por seu vizinho, um velho cientista (Bruce Gomlevsky) que o conhece desde criança, de que tais acontecimentos estão ligados às viagens no tempo. Maria, por sua vez, descobre por meio de um diário de bordo que há uma conexão atemporal entre eles, ao passo que também se preocupa com o comportamento estranho de Nelson, esse cada vez mais perturbado com os recentes eventos.
'Rio Mumbai' aposta no novo. É claro que o novo por vezes pode representar um grande risco , sobretudo no cinema nacional onde é mais fácil investir no trivial ou em receitas de sucesso, quem sabe até pelo baixo orçamento. Mas aqui temos um roteiro que escapa ileso não só das fórmulas corriqueiras como dos equívocos em que a produção poderia ter caído, inovando também no tom, que pende para o drama mas com traços de ficção, além de flertar com o suspense. A certa altura, ensaia o hermético, mas então, logo a seguir, percebemos que a narrativa é muito mais próxima e acessível ao público do que imaginamos - a história nos diz sobre o encontro consigo mesmo, sobre ressignificar a vida, sobre dar sentido ao presente, olhando para o futuro - e no tema em questão - com foco no entendimento do passado.
Nelson guarda uma inquietação que se esconde por trás dessa experimentação científica baseada nos estudos do seu vizinho e amigo, ele sabe que há algo fora da ordem e busca a paz interior dos caminhos que o levam à Índia, a resposta para as diversas perguntas que flutuam através do tempo - nesse momento o longa se transforma não somente pela fotografia repleta de cor e luz , como na própria narrativa, que anuncia a grande virada guardada para os últimos instantes que com toda certeza surpreenderá a audiência.
É óbvio que numa trama tão engenhosa perguntas surgirão, e algumas ficarão providencialmente sem resposta, mas cinema de verdade é isso, ao invés de entregar respostas prontas, deixa a interrogação, essas sim levam às boas reflexões.
Vale Ver !
Por Rogério Machado
" O cinema ainda é o lugar das viagens no tempo..." Disse Pedro Sodré durante a pré estreia de 'Rio Mumbai', primeiro longa metragem do cineasta, ator e roteirista que aqui divide a cadeira da direção com Gabriel Mellin. O longa que chega nos cinemas do Grupo Estação (RJ), Reserva Cultural (Niterói) e no Reserva Cultural em São Paulo nesse dia 24 de maio, mistura o místico com as famosas viagens no tempo. Tema esse recorrente no universo cinematográfico, que na história ganha novos ares pela maneira natural e intimista com que alia ciência e fé.
Na trama seremos apresentados à Nelson (Pedro Sodré), um jovem jornalista cético e desiludido com sua profissão. Ele é casado com Maria (Clara Choveaux), uma dançarina. Um dia, o rapaz passa a viver estranhas experiências e é convencido por seu vizinho, um velho cientista (Bruce Gomlevsky) que o conhece desde criança, de que tais acontecimentos estão ligados às viagens no tempo. Maria, por sua vez, descobre por meio de um diário de bordo que há uma conexão atemporal entre eles, ao passo que também se preocupa com o comportamento estranho de Nelson, esse cada vez mais perturbado com os recentes eventos.
'Rio Mumbai' aposta no novo. É claro que o novo por vezes pode representar um grande risco , sobretudo no cinema nacional onde é mais fácil investir no trivial ou em receitas de sucesso, quem sabe até pelo baixo orçamento. Mas aqui temos um roteiro que escapa ileso não só das fórmulas corriqueiras como dos equívocos em que a produção poderia ter caído, inovando também no tom, que pende para o drama mas com traços de ficção, além de flertar com o suspense. A certa altura, ensaia o hermético, mas então, logo a seguir, percebemos que a narrativa é muito mais próxima e acessível ao público do que imaginamos - a história nos diz sobre o encontro consigo mesmo, sobre ressignificar a vida, sobre dar sentido ao presente, olhando para o futuro - e no tema em questão - com foco no entendimento do passado.
Nelson guarda uma inquietação que se esconde por trás dessa experimentação científica baseada nos estudos do seu vizinho e amigo, ele sabe que há algo fora da ordem e busca a paz interior dos caminhos que o levam à Índia, a resposta para as diversas perguntas que flutuam através do tempo - nesse momento o longa se transforma não somente pela fotografia repleta de cor e luz , como na própria narrativa, que anuncia a grande virada guardada para os últimos instantes que com toda certeza surpreenderá a audiência.
É óbvio que numa trama tão engenhosa perguntas surgirão, e algumas ficarão providencialmente sem resposta, mas cinema de verdade é isso, ao invés de entregar respostas prontas, deixa a interrogação, essas sim levam às boas reflexões.
Vale Ver !
DIREÇÃO
- Gabriel Mellin, Pedro Sodre
EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Gabriel Mellin, Pedro Sodre
Fotografia: Paulo de Biasi
Estúdio: Copa Filmes, Rio Cinema Digital
Montador: Bruno Villella, Pedro Sodre
Distribuidora: Copa Filmes
ELENCO
Babu Santana, Bruce Gomlevsky, Christiana Ubach, Clara Choveaux, Conrado Nilo, João Leporage, Jonathan Haagensen, Jony Jarp, Marcos Fritsch, Paulo Maia, Pedro Sodre, Sérgio Siviero, Vandre Silveira
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