PiTacO do PapO - 'Arranha Céu : Coragem Sem Limite' | 2018

NOTA 7.0 

The Rock quebrando tudo. De novo.

Por Vinícius Martins @cinemarcante

Quando se pensa em Dwayne Johnson, um dos atores com presença e nome de maior peso no cinema atual, logo imagina-se a montanha de músculos e carisma que tornam “a rocha” tão consolidada e marcante no meio da cultura pop. No entanto, estar diante de um filme que tenta fragilizar a figura quase cartunesca do homenzarrão indestrutível se mostra  uma experiência no mínimo curiosa. Esse é exatamente o caso de ‘Arranha-Céu: Coragem Sem Limite’, que é outra estreia dos estúdios Universal e Legendary para o verão americano.

A premissa é demasiada simples, e é impossível não vincular a produção de imediato ao clássico oitentista ‘Duro de Matar’, estrelado por Bruce Willis. Johnson aqui é um especialista em segurança que se hospeda no maior edifício do mundo com sua família, mas se vê no meio do fogo cruzado quando um grupo (terrorista?) invade o local e sai quebrando tudo. Tendo sua família em perigo e estando sob a suspeita de ter começado um incêndio na torre, o personagem de The Rock se empenha em quebrar tudo e destruir o dobro do que os vilões só por garantia. E apesar de ter clichês em seu recheio até a cobertura, ‘Arranha-Céu’ cumpre com seu propósito de ser uma sessão pipoca digna de sessão da tarde.

O que se vê em diferencial nessa nova película é a insistência em focar nos valores a fim de determinar o caráter de seus personagens, basicamente como Jaume-Collet Serra fez com seu ‘O Passageiro’ alguns meses atrás. A aliança do protagonista se destaca em tudo, desde o cartaz do filme, que o traz pendurado com o foco em sua mão esquerda, até os socos que dá em ação.. Mas como Johnson é um modulado ambulante, os roteiristas colocaram em sua história uma deficiência - ócios do ofício, por assim dizer - e amputaram-lhe uma perna. Isso foi, propositalmente, para dar uma áurea de jornada de superação ao já homem dedicado e pai de família. E honestamente, essa limitação para fins de dramaticidade não era nada necessária.

Com cenas bem orquestradas e um 3D vertiginoso em vários momentos, o novo filme de prédios sequestrados se esforça, mas dificilmente será um clássico. Seja no evidenciar os músculos de The Rock ou na oportunidade de fazer mais algum maluco perseguir Neve Campbell com uma faca, as risadas e os esperados momentos de valorização do seio familiar estão presentes e persistem em não cair na cafonice. Mais um blockbuster catástrofe para o currículo da Rocha. Quer um conselho? Dispa-se de pretensões e vá assistir esse retorno agradável de trinta anos no tempo, mesmo sabendo que não se lembrará dele no próximo verão.

Vale Ver ! 

DIREÇÃOR

Rawson Marshall Thurber

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Rawson Marshall Thurber

Produção: Beau Flynn, Dwayne Johnson, Hiram Garcia, James Bitonti, Mary Parent, Petra Holtorf

Fotografia: Robert Elswit

Trilha Sonora: Steve Jablonsky

Estúdio: Flynn Picture Company, Legendary Entertainment, Seven Bucks Productions

Montador: Michael L. Sale

Distribuidora: Universal

ELENCO

Adrian Holmes, Beatrice King, Byron Mann, Chin Han, Dwayne Johnson, Elfina Luk, Hannah Quinlivan, Jason William Day, Jett Klyne, Kathy Wu, Kayden Magnuson, Kevin Rankin, Malin Barr, Matt O'Leary, McKenna Roberts, Neve Campbell, Noah Taylor, Pablo Schreiber, Paul McGillion, Roland Møller, Tzi Ma, Venus Terzo, Vivian Full