PiTacO do PapO - 'Custódia' | 2018
NOTA 9.5
Por Rogério Machado
A família é o lugar onde qualquer um deseja estar - é muitas vezes o único lugar onde nos sentimos seguros, onde somos livres para ser quem somos, independente de como somos ou da maneira como agimos. Não há necessidade de 'trabalhar' nossa imagem mediante daqueles que nos conhecem desde que nos entendemos por gente. Mas família (ou o que às vezes sobra dela) também pode ser um lugar de horror, onde tudo isso acontece ao contrário. É mais ou menos sobre isso que se trata 'Custódia', também destaque do último Festival Varilux de Cinema Francês - um drama que se constrói de modo tenso em cima do fim de uma relação familiar.
A trama acompanha o dilema do casal Miriam (Léa Drucker) e Antoine Besson (Denis Ménochet), que acabaram de se divorciar. Para garantir a proteção de seu filho (um garoto de 10 anos) do pai, que ela acusa de ser violento, Miriam pede a custódia exclusiva. O juiz, no entanto, acaba concedendo custódia compartilhada aos dois. Tomado quase como um refém entre seus pais, Julien (Thomas Gioria) terá de ter cuidado ao ficar no meio dessa relação tempestuosa e evitar que algo de muito ruim aconteça nesse momento difícil para todos.
'Custódia' poderia ser apenas mais um drama que relata o sofrimento dos filhos e de todos os demais parentes em torno em função de uma dolorosa separação dos pais, mas o mérito do roteirista e diretor Xavier Legrand, (em seu primeiro longa à frente da direção), é imprimir tonalidades dúbias aos progenitores e assim garantir um andamento intrigante da história, que só começa a ficar clara sobre quem fala a verdade e quem não, já nos instantes finais. Estaria a mãe aliciando a criança para fazer do pai um vilão? Ou Antoine seria realmente o monstro que Miriam pintava diante de sua advogada, da juíza, de todos?
O casal tem outra filha, Josephine (Mathilde Auneveux), que está prestes a completar quinze anos, e tem um novo namorado. É curioso que em momento algum no longa nada é abordado com respeito ao relacionamento da menina com o pai. Esse arco, que fica em aberto, dava margem para um aprofundamento ainda mais dramático nessa teia de relações. Contudo, esse deslize é devidamente contornado no desfecho, cuja mensagem não precisa ser literal pra se fazer entendível. Por mesclar um tema social sensível com nunces de suspense, 'Custódia' será amplamente acolhido por públicos diversos.
Super Vale Ver !
'Custódia' poderia ser apenas mais um drama que relata o sofrimento dos filhos e de todos os demais parentes em torno em função de uma dolorosa separação dos pais, mas o mérito do roteirista e diretor Xavier Legrand, (em seu primeiro longa à frente da direção), é imprimir tonalidades dúbias aos progenitores e assim garantir um andamento intrigante da história, que só começa a ficar clara sobre quem fala a verdade e quem não, já nos instantes finais. Estaria a mãe aliciando a criança para fazer do pai um vilão? Ou Antoine seria realmente o monstro que Miriam pintava diante de sua advogada, da juíza, de todos?
O casal tem outra filha, Josephine (Mathilde Auneveux), que está prestes a completar quinze anos, e tem um novo namorado. É curioso que em momento algum no longa nada é abordado com respeito ao relacionamento da menina com o pai. Esse arco, que fica em aberto, dava margem para um aprofundamento ainda mais dramático nessa teia de relações. Contudo, esse deslize é devidamente contornado no desfecho, cuja mensagem não precisa ser literal pra se fazer entendível. Por mesclar um tema social sensível com nunces de suspense, 'Custódia' será amplamente acolhido por públicos diversos.
Super Vale Ver !
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