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PiTacO do PapO - 'Gauguin – Viagem ao Taiti' | 2018

NOTA 6.5

Por Rogério Machado


Não raras vezes a arte e a decadência se misturam. Em 'Com Amor, Van Gogh' (2017) Dorota Kobiela e Hugh Welchman trouxeram às telas a história do pintor holandês - obra de tamanha beleza gráfica que mostrava  o quão miserável foi a vida do artista. Esse é apenas um dos muitos casos, e a cinebio de Van Gogh é só um dos famosos casos recentes. Em 'Gauguin – Viagem ao Taiti', que foi um dos longas selecionados para o Festival Varilux de Cinema Francês  e que chega em circuito comercial essa semana, conheceremos mais um pintor, (dessa vez um francês) que teve uma vida moribunda, mas que deixou obras que entraram pra história da arte em seu país. 


Vincent Cassel dá vida ao artista Paul Gauguin que em 1891 decide, por conta própria, ir para um exílio no Taiti. Lá, ele espera reencontrar sua pintura livre, selvagem, longe dos códigos morais, políticos e estéticos da Europa civilizada. Mas, no local, acaba se afundando na selva, enfrentando a solidão, pobreza e a doença. Ele então conhece Tehura (Tuheï Adams), uma nativa que acabou se tornando sua esposa e o tema de suas maiores e mais famosas pinturas.

Na projeção fica claro que Cassel, como grande ator que é, até se esforça, mas não consegue transpor os diversos problemas que se abatem sobre a produção. Entre elas o grave dilema do ritmo que perde muitos minutos com as desolações do artista, que a todo custo tenta se encaixar num novo formato de vida mas esbarra nas trivialidades e apuros de uma vida alternativa, quase beirando à pobreza extrema. Nem através desse gancho, que poderia resultar em sequências mais competentemente conduzidas, Edouard Deluc, na direção, facilmente cede às armadilhas do gênero e gira em círculos, além de abordar de maneira morna o relacionamento do pintor com sua nova musa. 

É mesmo uma pena que uma história tão curiosa e que serve de vitrine pra levar o nome do pintor ao conhecimento do grande público, não tenha correspondido às expectativas. Já nas chamadas e nos trailers, imaginava que seria uma produção que me tomaria senão pela trajetória de seu personagem , ao menos pela força de seu protagonista. Não foi dessa vez. Vale pelas locações e o colorido da Taiti, nada além.


Vale Ver, Mas nem Tanto!


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