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PiTacO do PapO - 'Oh Lucy' | 2018

NOTA 7.5

Por Rogério Machado


'Oh Lucy' , que foi destaque na Semana da Crítica do Festival de Cannes no ano passado e passou pelos cinemas em junho, é um filme no mínimo curioso - a história de uma mulher comum, com ares de profunda tristeza , e que , de preto e branco começa a enxergar a vida em cores - como em todo filme, que é preciso entender as motivações do protagonista para mergulhar na trama,  em 'Oh Lucy', o esforço precisa ser um pouco maior para que ganhe nossa simpatia. 


Na história conheceremos Setsuko Kawashima (Shinobu Terajima), uma mulher solitária que trabalha em um monótomo escritório em Tóquio. Depois de incentivada pela sobrinha Mika (Shioli Kutsuna) ela vê que precisa mesmo sair da rotina.  Setsuko então decide estudar inglês, e a partir daí, sua vida nunca mais seria  a mesma. Durante as aulas Setsuko descobre sua outra identidade, o alter ego "Lucy". Enquanto experimenta desejos e situações antes impensáveis, ela precisa lidar com o desaparecimento do seu instrutor John (Josh Hartnett).

O longa-metragem, dirigido por Atsuko Hirayanagi, conduz o espectador pelo conto, cuja narrativa caminha pela procura e pelo auto-redescobrimento. É o que os filosóficos chamam de regurgitofagia. De permitir mudanças, de sair da caixa. De libertar possibilidades, experiências, limites, desejos e situações antes impensáveis. É uma viagem existencialista de se perder, de zerar comportamentos impostos, de embarcar no desconhecimento (como mergulhar em uma piscina sem saber se há água e ou impulsivamente pernoitar em motéis americanos).

Através da mudança de país, (quando junto com a irmã, Ayako (Kaho Minami) partem numa aventura para encontrar a filha que resolveu fugir com John)  e em seguida a 'ocidentalização' de Lucy, que além de um nome americano postiço , começa a se identificar com o calor e os costumes do local, ela irá se dar a chance de se permitir e experimentar sentimentos adormecidos, ou mesmo desconhecidos até ali. Apesar da narrativa que evoca a retomada de uma vida, o filme tem desfechos pouco interessantes. A própria protagonista, que tem uma introdução carismática na trama, mais adiante parece girar em círculos em função de um amor não correspondido. Há de se fazer um certo esforço (como dito na abertura desse texto) para avançar e continuar nutrindo o carinho pela personagem título que surge ainda nos primeiros minutos de projeção. 'Oh Lucy' é simpático, mas ligeiramente esquecível. 


Vale Ver !


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