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Especial - 'Poltergeist: O Fenômeno', 1982 Vs 2015

Por William Weck @filmenamente


O ano de 2015 foi recheado de remakes, reboots, seqüências e afins. De um lado, alguns surpreenderam como o excelente ‘Mad Max: Estrada da Fúria’ e o bom ‘Missão Impossível - Nação Secreta’. Do outro, contemplamos produções decepcionantes e/ou desnecessárias.  Foi o caso, por exemplo, de  ‘Poltergeist – O Fenômeno’Partindo da mesma premissa do clássico de 1982 mudando sensivelmente a história, abordando questões modernas como a crise financeira, o mundo das celebridades e principalmente a evolução da tecnologia – Ipad, celulares, televisão, drones. Assim conhecemos a família Bowne ao chegar a sua nova casa no subúrbio americano, local onde as futuras forças sobrenaturais se manifestariam.



A grande diferença do filme de 1982 para o de 2015 fica por conta do toque autoral de sua direção. Longe de ser Tobe Hooper e Spielberg, o cineasta Gil Kenan tem bons momentos, mas não conseguiu tal feito. O clássico de 82 é um produto do seu tempo, aqui a tentativa de modernizar o filme é superficial e pouco convincente. O diretor dedicou no primeiro terço do filme as relações familiares - os trinta minutos iniciais são ótimos -, optando também por alívios cômicos, feito principalmente pelo personagem Sam Rockwell, o pai da família, porém, alguns são deploráveis.



Não apenas isso, Kenan adotou um ritmo ágil em seu filme após o primeiro terço, tornando todos os acontecimentos sobrenaturais dentro da casa rápidos demais. Tal feito não proporcionou o medo suficiente, contando com cenas previsíveis (duas cenas retiradas do longa original) e com pouquíssima tensão. Não há a iminência do perigo, devido a edição abrupta não reforçar a atmosfera inquietante (vide na cena de um personagem em especifico, que não citarei aqui para evitar spoilers) e rapidamente mudar o plano para o sofrimento de outro. 

Em defesa de Kenan, esta nova versão apresenta duas cenas muito boas envolvendo uma furadeira e outra a alucinação na torneira (retirada da trama original, porém sem o necessário peso do terror ). 

A relação dos Bowne, pode fazer com que o espectador se importe com a família, mesmo com as fracas atuações do pai, (Rockwell), um desempregado, e da mãe, Rosemarie DeWitt, uma escritora fracassada. Temos as crianças dependentes da tecnologia, a adolescente Kendra interpretada pela Saxon Sharbino, o medroso Kyle Catlett (talvez o único personagem que consegue se sobressair ao original) e a criança Kennedi Clements, a vitima das forças ocultas. 



O terço final marcado com a chegada do especialista em poltegeist interpretado por Jared Harris (perdido em cena e muito abaixo do nível de Zelda Rubinstein), caiu nos velhos clichês do gênero trazendo uma explicação pífia sobre o fenômeno e o plano para salvar a pequena Maddie. Agora, a tarefa é realizada com todo o avanço tecnológico dos dias de hoje. 

Passado 33 anos, o efeito visual é mais uma vez um assunto a ser discutido. Com a utilização do mesmo, a direção de Gil Kenan retratou o inferno de maneira grotesca, pouco trazendo a sensação de ameaça. Enquanto Tobe Hooper e Spielberg deixavam o espectador fantasiar como é esse mundo sombrio, com o auxilio de jogo de câmera causando uma enorme tensão. Longe de alcançar o mesmo nível do clássico e isento daquele clima arrepiante, ‘Poltergeist – O Fenômeno (2015)’ conseguiu ser nostálgico, apresentou boas cenas e vale a título de entretenimento.




Poltergeist (1982): 8.0  Vs  Poltergeist (2015): 5,7


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