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PiTacO do PapO - '10 Segundos para Vencer' | 2018

NOTA 9.0

Por Rogério Machado


Hollywood tem mestrado na arte de produzir filmes sobre um dos esportes mais populares do mundo: o boxe.  'Rocky' - 1976 (que virou franquia), 'Touro Indomável' (1980) e 'Ali' (2001), são apenas três dos inúmeros títulos que exploram, seja com ficção ou baseado em fatos reais, a vida de ídolos do pugilismo. No Brasil, o esporte de luta livre tem ganhado evidência a cada ano, principalmente pelo destaque que alguns lutadores alcançaram  mundialmente. Tá bom, MMA é uma coisa e boxe é outra, mas no cinema, o efeito no público acaba sendo muito  parecido. Recentemente ganhamos a eficiente cinebiografia ('Mais Forte Que o Mundo' -2016) da estrela maior desse esporte por aqui, Aldo Santos, e agora, o ícone do boxe no Brasil  também ganhou uma película pra chamar de sua: Éder Jofre, hoje com 82 anos, recebe uma bela homenagem em vida, em uma produção tecnicamente requintada e, o melhor, sem deixar a emoção de lado. 


'10 Segundos para Vencer', narra a extraordinária trajetória de Éder Jofre (Daniel de Oliveira) até se tornar um dos maiores boxeadores da história. Um homem dividido entre a paixão pelo esporte e a vida em família.  Conhecido como "Galinho de Ouro", por ter sido eleito o maior peso galo da história do boxe,  Jofre é considerado um dos maiores boxeadores de todos os tempos ao lado de Muhammad Ali  e Sugar Ray Robinson. Nem a infância difícil no bairro do Peruche, em São Paulo, conseguiu deter Eder, que se consagrou campeão mundial pela primeira vez em 1961, nos Estados Unidos. O longa narra o drama entre Pai (Osmar Prado) e filho na busca de um sonho, o de transformar o menino sonhador em um verdadeiro campeão. 

Á frente da direção, José Alvarenga Jr. ('Divã' -2009) usa e abusa de todo tempo disponível (dentro dos polpudos 120 minutos de duração), para narrar com detalhes a vida do boxeador quando ainda era uma criança , passando pela juventude, até a fase adulta. O drama inicial com Zumbanão (Ricardo Gelli, melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado esse ano), um pugilista que era treinado por Kid Jofre mas que só se metia em confusão em função do álcool, as dificuldades financeiras e o primeiro amor de Jofre - tudo bem dosado na tela, sem pesar a mão no drama e dando enfoque no que realmente importa: o amor pelo boxe e o quanto o pugilista de doava para alcançar a honra máxima do esporte - os planos durante as lutas são arrojados e criativos, além do realismo imposto pelos ângulos e closes rápidos, muitas vezes posicionados de baixo para cima, como geralmente vemos em filmes americanos dentro do gênero. 

Chamam a atenção a direção de arte, os figurinos, e ainda de ordem técnica, a fotografia super requintada de Lula Carvalho, que nos transporta para as décadas de 50 até os anos 70, quando Jofre luta pela última vez em Brasília. Porém, mais do que todos os detalhes técnicos, temos aqui dois gigantes em cena: Osmar Prado e Daniel de Oliveira, que dão vida e cor ao roteiro de Thomas Stavros. '10 Segundos para Vencer' consegue ir além da narrativa da vida real de um boxeador, é uma história de amor entre pai e filho... uma declaração de amor feita por entre as cordas de um ringue. 


Super Vale Ver !


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