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PiTacO do PapO - 'Euphoria' | 2018

NOTA 6.5

Por Rogério Machado 


Vida e morte ainda são temas recorrentes na dramaturgia. Sobretudo a morte e seus segredos, a tristeza inerente ao momento... podemos ir um pouco além do assunto e falar sobre o suicídio assistido ou o termo mais conhecido, a eutanásia. Será possível ser feliz ao escolher o modo de deixar esse mundo? Não é exatamente esse o ponto discutido no longa, mas seria inevitável não pensar sobre isso no primeiro filme falado em inglês de Lisa Langseth, que aqui assina o roteiro e a direção. O longa é o terceiro filme da cineasta sueca e todos eles foram estrelados por Alicia Vikander ( “A Garota Dinamarquesa” - 2015).


A história acompanha o reencontro das irmãs Ines (Alicia Vikander) e Emilie (Eva Green), após anos e anos separadas. Desavisada, Ines é pega de surpresa ao descobrir que sua irmã está com uma doença terminal, que muito a contra-gosto abdica de seus afazeres (uma famosa pintora em um momento ruim) para ficar ao lado dela. A medida que a narrativa avança vamos percebendo  o relacionamento conturbado entre as duas irmãs que começam então a remoer diferenças do passado, após ficarem anos afastadas devido a morte da mãe, vivendo sozinhas em suas angústias.

Portanto, é seguro dizer que a construção da narrativa não se dá em cima de qualquer polêmica envolvendo a eutanásia, e sim como a fase terminal da doença de Emilie reacenderia ressentimentos e traria memórias desagradáveis do círculo familiar outrora desfeito. Culpas e verdades não ditas até então seriam postas na mesa. 

Ainda que tenha um trio de atrizes de primeira linhagem (além de Vikander e Green, o longa ainda conta com a presença garbosa de Charlotte Rampling) o filme não se sustenta não só pelo ritmo, como na imprecisão na abordagem da relação das duas irmãs. Sobra talento, mas falta verdade naquela ligação, que tem um ou dois momentos mais impactantes. Vikander, ainda que seja a atriz  menos experiente que as demais, não se deixa engolir pela grandeza das colegas, muito pelo contrário, ostenta uma das sequências mais dramáticas e convincentes do longa. 'Euphoria' , ainda sem previsão de estreia por aqui, tem bons momentos em performances mas não se firma enquanto narrativa.

Vale Ver, Mas nem Tanto!





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