PiTacO do PapO - 'Um Dia' | 2018
NOTA 6.0
Por Rafael Yanomine @cinemacrica
Simples no tÃtulo e na execução, é literalmente o retrato de um dia. O longa de estreia da diretora Húngara Zsófia Szilágyi busca condensar e exprimir nesse janela temporal a dor presente na aparente banalidade cotidiana. A lente se volta para Anna: mãe de 3 filhos pequenos, dona de casa, esposa e professora. Dentre os possÃveis contratempos inerentes ao equilÃbrio desses pratos, a diretora pinça alguns deles e nos apresenta de forma agregada, gradual e sufocante.
Dada a proposta, o filme nasce com a missão clara de nos persuadir de que é possÃvel construir uma atmosfera dramática num dia normal de uma mãe de classe média européia. Visualmente, adota-se a previsÃvel paleta de cores claras e tons pastéis num clima de meia-estação para o inverno. Os toques autorais se iniciam com a perspectiva intimista que a diretora consegue construir. Por meio de enquadramentos próximos e assertivos do rosto de Anna, a atuação de Zsófia Szamosi transparece a evolução gradual do cansaço que se intensifica com o passar das horas. Devo dizer que não é uma atuação genial, apesar de carregar inúmeras sutilezas elegantes, mas é suficiente para convencer que o fardo que carrega nas costas é pesado. Não consigo evitar o paralelo com Karine Teles no recente "Benzinho", a versão materna nacional é muito mais poderosa.
Dada a proposta, o filme nasce com a missão clara de nos persuadir de que é possÃvel construir uma atmosfera dramática num dia normal de uma mãe de classe média européia. Visualmente, adota-se a previsÃvel paleta de cores claras e tons pastéis num clima de meia-estação para o inverno. Os toques autorais se iniciam com a perspectiva intimista que a diretora consegue construir. Por meio de enquadramentos próximos e assertivos do rosto de Anna, a atuação de Zsófia Szamosi transparece a evolução gradual do cansaço que se intensifica com o passar das horas. Devo dizer que não é uma atuação genial, apesar de carregar inúmeras sutilezas elegantes, mas é suficiente para convencer que o fardo que carrega nas costas é pesado. Não consigo evitar o paralelo com Karine Teles no recente "Benzinho", a versão materna nacional é muito mais poderosa.
Criar interesse em incidentes cotidianos é uma proposta ousada que pode criar forte identificação com o público ou estagnar na banalidade que se queria explorar. Nesse caso, ficamos mais próximos da segunda alternativa. Prova disso é que a narrativa ganha tração quase que ao seu final, ela vence pelo cansaço do encadeamento de adversidades medianas. Funciona, nos compadecemos da mãe, mas não é nem um roteiro que se diferencia, nem uma execução que potencializa o banal cotidiano. Como comentado, a missão era mostrar o peso do cotidiano de uma mãe de classe média européia. Fico imaginando se alguém que mora numa favela brasileira se sensibilizaria com a personagem.
Infelizmente “Um Dia” quebrou a sequência de excelência do cinema Húngaro que desembarcou no Brasil. Após “ O Filho de Saul”, “Corpo e Alma” e “1945”, nos deparamos com uma obra mais próxima do mediano.
Vale Ver , Mas Nem Tanto !
Vale Ver , Mas Nem Tanto !
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