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PiTacO do PapO - 'Imagem e Palavra' | 2018

NOTA 8.5 

Por Rogério Machado 



Do alto dos seus 87 anos e produzindo como um profissional no auge do vigor, Jean-Luc Godard, lenda viva do cinema mundial, há muito tempo não precisa provar nada pra ninguém. É com a experiência desse mestre, dono do cinema francês, que ele tem apostado no vanguardismo e no cinema puramente experimental. Como em seu último trabalho, 'Adeus à Linguagem' (2014), seu novo deleite visual, 'Imagem e Palavra', que faz parte da Mostra Panorama do Cinema Mundial no Festival do Rio 2018 e foi premiado em Cannes esse ano, também vem com a mesma pegada. 


No longa, Godard, parte de montagens de imagens para refletir sobre aspectos do cinema e do mundo. Colando cenas de filmes (dele próprio ou não), de reportagens, de vídeos caseiros ou mesmo de ilustrações, o cineasta aborda as funções do tempo e do espaço, utilizando em particular o caso das imagens sobre o mundo árabe e de como são percebidas pelo mundo ocidental. Imagens e narrações do próprio diretor se misturam à uma trilha que, aparentemente, em nada se conectam. Essa desconexão entre texto , imagem e trilha, reafirmam o que o título já promete. À princípio, tamanha ousadia, poderá causar certo desconforto e confusão, até que em determinada altura, entendemos o propósito maior do cineasta: falar sobre humanidade, ou a falta dela, e protestar contra a política e violência no oriente médio. 

Ao verificar o mundo árabe pelas suas lentes, com suas guerras, terrorismo e como ele mesmo diz no filme, seus paraísos perdidos, Godard também experimenta seu público. Com uma montagem nada convencional, falado em três (ou mais) idiomas, e a narração que em momentos se apresenta sem legendas (por ordem do próprio diretor), o filme poderá se traduzir como um trabalho nada palatável para alguns, mas profundamente imersivo e incisivo no discurso para os fãs do cineasta ou mesmo aos menos blindados à sensibilidade da arte. 

Vale Ver !


Direto do Festival do Rio 





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