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PiTacO do PapO - 'A Rainha do Medo' | 2018

NOTA 8.0

Por Rogério Machado 


Prêmio Especial do Júri no Sundance Film Festival, o argentino 'Rainha do Medo', que está na Premiére Latina do Festival do Rio em 2018, é uma dessas 'dramédias' até muito costumeiras no cinema latino e que quase sempre se apoiam no talento e na empatia do seu protagonista para ganhar o público.  O longa de Valeria Bertuccelli, (que também estrela o longa) e Fabiana Tiscornia, não chega a ser um filme genial mas que alcança êxito pela força da personagem cujo 'codinome' dá título ao filme.



Na história, Bertuccelli dá vida à Robertina, uma das atrizes mais aclamadas da Argentina. Ela tem apenas um mês para a estreia de seu novo espetáculo solo, mas ao invés de se dedicar ao preparo e aos ensaios, no entanto, ela passa seus dias em um constante estado de ansiedade, distraindo-se obsessivamente de suas responsabilidades profissionais. Fugindo dos ensaios e se envolvendo em desentendimentos mesquinhos entre seus assistentes, sempre com a sensação de de que está sendo perseguida. Lentamente, Robertina transforma seu mundo em um curioso cenário de intrigas domésticas e fobias absurdas. 

Na cena de abertura, o título logo se justifica para a audiência através de uma sequência em que Tina se desespera quando, durante a noite, a luz acaba e ela imediatamente liga para a equipe de segurança que atende a região. Sua voz está trêmula e o medo toma conta de suas ações e expressões. Não se trata porém de uma simples fobia. Com o avançar da história, vamos realizando que Tina tem medo da vida, do porvir, de tudo que ela não pode controlar. Seus medos não são tão 'palpáveis' assim. Na segunda parte, o tom de comédia, dá lugar à tonalidades mais dramáticas quando ela descobre que um amigo que há muito tempo  não via, está com um câncer terminal.

Enquanto narrativa, o filme deixa pontas soltas ao não explicar o que teria causado essas alterações comportamentais de Tina. Faltou deixar mais claro ao espectador o que teria causado alguns dilemas pessoais na vida da protagonista. Medo por medo ou insanidade? O resultado acaba sendo curioso pela grandeza com que Bertuccelli defende sua personagem, mas é certo que algumas perguntas sem respostas surgirão com o subir dos créditos. De qualquer forma, ficam como crédito, as risadas deliciosas durante a projeção, assim como o jeito despretensioso com que a porção drama do longa nos faz ponderar sobre a correria de um mundo moderno. 


Vale Ver !



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