PiTacO do PapO - 'Diamantino' | 2018
NOTA 4.0
Por Rafael Yonamine @cinemacrica
O uso da sátira jamais eximirá qualquer obra de também ser avaliada com critérios pertinentes ao gênero. Nessa ficção, repleta de deboches, somos apresentados a diversos artifÃcios desconexos que sufocam qualquer esboço de riso. No centro, o maior astro do futebol mundial expõe seu lado humano após a fragilização causada pela morte do pai. Diamantino adota um refugiado africano e é induzido pelas irmãs a participar de uma conspiração de Estado sem o seu consentimento.
A sinopse está resumida, mas como já expresso, o filme se vale de diversos artifÃcios para construir uma narrativa trágica, no mau sentido do termo. Além do exposto, há espaço para a inserção da investigação da polÃcia secreta, golpe financeiro, experiências genéticas e surrealismo. DifÃcil estabelecer um ponto de partida para criticar esse aglomerado de péssimo gosto: não há virtude no roteiro, atuações pobres e abandono da estética cinematográfica.
O deboche, o absurdo, o caricato, o irreverente são bem-vindos se bem manuseados. Assim como em qualquer gênero e seus respectivos atributos correlatos. Para não parecer simplista, posso exemplificar o ponto com “A Morte de Stalin”. Uma sátira excelente. Em “Diamantino” a dificuldade é tão elementar quanto tentar apenas se situar.
Essa miscelânea luso-brasileira recai nos vÃcios e não nas possÃveis virtudes de uma combinação de elementos de uma sátira. Não recomendo, tão indigesto quanto uma bacalhoada com feijoada.
Nem Vale Ver !
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