PiTacO do PapO - 'Intimidade Entre Estranhos' | 2018
NOTA 6.5
Por Rafael Yanomine @cinemacrica
Mantendo o ritmo forte de produção, José Alvarenga Jr emplaca seu segundo filme em 2018. Trocaria volume por qualidade. Assim como em "10 Segundos para Vencer", em "Intimidade entre Estranhos" é difÃcil identificar um nÃvel de entrega acima do mediano. Maria, moradora de São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro para ficar próxima do marido que ali trabalha como ator. A relação com altos e baixos, em dado momento, tem um dos vales preenchidos com a figura de um misterioso vizinho. Um jovem extremamente introspectivo que pouco interage e sai de casa.
O desenvolvimento inicial, infelizmente, não demanda muita inspiração ou capacidade investigativa da audiência. Em São Paulo, fica o coração; muda-se para o Rio o corpo cujo fardo é acompanhar o parceiro. O vazio é logo preenchido pela curiosidade de conhecer a figura misteriosa de Horácio, o morador também solitário. Após a construção singela de situações cotidianas, Maria e o vizinho acabam se conhecendo e gradualmente estreitam a relação e o magnetismo.
A obra acaba recaindo de forma excessiva na construção e exploração de estereótipos em contextos humanos pobres: "O garoto geek solitário", "A mulher carente" e "O marido mau caráter". Não há notas de ousadia ou permissividade consistentes, assistimos passivamente a progressão de um enredo convencional. Como a obra é fechada em poucos ambientes e personagens, a qualidade dos textos poderia ser um elemento diferenciador, mas não o é. Outra potencialidade dramática relegada é o passado depressivo de Maria e Horácio: ambos possuem esse traço e a perda de entes queridos em comum. Entretanto, esse fato não embasa, nem o aprofundamento psicológico, nem a união dos personagens de forma convincente.
Alvarenga nos propõe algo comum e uma resolução de narrativa que busca a acomodação. Acho dispensável.
Vale Ver Mas Nem Tanto !
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