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PiTacO do PapO - 'As Herdeiras' | 2018

NOTA 8.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


A co-produção paraguaia chega badalada após receber prêmios em Berlim e Gramado. É um enredo que transita na homossexualidade de mulheres da terceira idade. Chela e Chiquita vivem uma relação submetida ao fantasma da crise financeira. Após os recursos da herança ficarem escassos, o casal começa a se desfazer de itens e mobílias valiosas que antes preenchiam seu antigo casarão.



O primeiro dilema apresentado é o desconforto em expor a relação homossexual em público. Esse primeiro traço apresentado aliás, norteará o filme, sobretudo a insegura Chela. Aprofundando a crise, Chiqui é presa por um crime financeiro. Desse modo, Chela, que já não era uma mulher de pulso na companhia da parceira, fica à deriva. É interessante observar o trabalho na geração de contraste das personagens. Começando pela figura de linguagem que reside na aliteração dos nomes: Chela e Chiqui. Essa última assume mais riscos, mas sua companheira, Chela, segue caminhos quase que de forma involuntária como decorrência da nova rotina após a prisão da esposa.

O poder do filme está na forte linha de coerência. A apatia e insegurança de Chela são, por exemplo, absorvidas pela atmosfera do casarão. Nele há a sensação de vazio, eco e diversos enquadramentos parciais como nos momentos de negociação de itens. O ponto alto é a sutileza da condução da narrativa. É o tipo de filme que fala com imagens, totalmente condizente com a incapacidade da protagonista demonstrar expansividade.

Vale Ver! 




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