PiTacO do PapO - 'Juliet , Nua e Crua' | 2018
NOTA 7.5
As armadilhas do destino e a quantidade de açúcar que pode ter uma relação.
As armadilhas do destino e a quantidade de açúcar que pode ter uma relação.
Por Raphael Camacho @guidocinéfilo
Dirigido pelo cineasta Jesse Peretz (de trabalhos pouco expressivos até então), 'Juliet, Nua e Crua' conta a saga de uma mulher em busca de novos desafios no campo amoroso após perceber que o atual relacionamento que se encontra não está dando o resultado que deseja. Com personagens excêntricos e guiados pelo universo da música, de alguma forma, o longa-metragem é uma grande viagem rumo as aberturas das portas que o destino realiza de vez em quando. O filme é protagonizado pela competente atriz Rose Byrne e o astro norte americano Ethan Hawke.
Na trama, conhecemos a pacata Annie (Rose Byrne), que trabalha com exposições em uma pequena cidadezinha inglesa. Annie está presa em um relacionamento morno com o complicado Duncan (Chris O'Dowd). A vida dos dois é envolvida por conta do verdadeiro vÃcio de Duncan, a idolatria a um cantor chamado Tucker Crowe (Ethan Hawke) que fez muito sucesso anos atrás mas que do nada sumiu do mapa. Certo dia, após querer implicar com Duncan por conta de um fórum ministrado por Duncan na web, o verdadeiro Tucker Crowe entra em contato com Annie e assim começa-se uma jornada surpreendente rumo ao desconhecido, para todos os envolvidos.
Baseado no livro homônimo do famoso escritor britânico Nick Hornby ('Alta Fidelidade'), o roteiro adaptado busca na simplicidade, explorar a excentricidade. Há uma desconstrução evidente da personagem Annie, nosso guia nessa jornada de descobertas, o que deixa o filme bastante interessante. A relação Ãdolo x fã , entre Duncan e Tucker também é pra lá de reflexiva, principalmente quando percebemos que o fã interpretou de maneira errada e durante muitos anos tudo que o ex-astro da música buscava dizer com suas canções. Quando o passado de Tucker se mostra um pouco além da superfÃcie mostrada, percebemos o fechamento de um ciclo e uma compreensão maior de como ele se tornou uma pessoa ressentida, e principalmente, o porquê de sua tão profunda solidão. Esses três personagens sofrem com obsessões, uma certa depressão escondida e buscam explicações para seguir em frente.
Nem toda comédia romântica precisa terminar com um final óbvio, esse é um dos grandes méritos desse singelo projeto, que passou voando pelo circuito exibidor brasileiro (talvez por conta da data e da maneira precipitada que fora lançado, sem quase nenhuma divulgação).
Vale Ver !
Vale Ver !
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