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PiTacO do PapO- 'Lizzie' | 2019

NOTA 6.5

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


Ambientado na conservadora alta sociedade norte-americana do final do século XIX, "Lizzie" tem como ponto de partida o retrato da predominante visão machista. Nas cenas iniciais a subordinação à figura masculina fica explícita: Lizzie é proibida pelo pai de ir ao teatro sozinha sem a presença de um homem. De essência libertária, os constantes conflitos dela com o pai são inevitáveis. A trama ganha novos contornos com a chegada da nova empregada, Bridget. A partir de então, novos relacionamentos são construídos assim como novos horizontes passam a ser vislumbrados.


O fato mais impressionante é que o filme é baseado num brutal duplo homicídio real, isso porque a obra em si não empolga. Esse parece ser o caso onde se tem em mãos uma história que prende a atenção ao ser contada, mas que requer habilidade para se tornar relevante como arte cinematográfica. Não é simples agregar elementos diferenciadores em temas tão conhecidos e reproduzidos à exaustão, por mais chocante que seja o episódio. Uma coisa é transmitir um relato, outra bem diferente é desenvolver um filme envolvente a partir desse mesmo fato. 

Em "Lizzie", o diretor Craig Macneill patinou nos principais alicerces: sociedade conservadora, busca por liberdade, ganância e homicídio. Soa comum? Esse é um bom panorama do que o filme oferece. O que se vê, portanto, são encenações não inspiradoras que de alguma forma permeiam superficialmente esses elementos principais. Não há amplitude de repertório além do descrito, nem profundidade no que se abraça como corpo da narrativa.

Em dois momentos nos deparamos com ataques epiléticos de Lizzie, mas ao final, essas inserções se mostram frouxas e parecem estar presentes por uma preocupação aleatória de fidedignidade ao caso real. Apesar de contar com duas grandes atrizes, Chloë Sevigny e Kristen Stewart, o longa não sai da vala comum e tem uma entrega apenas mediana.

Vale Ver Mas Nem Tanto ! 


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