PiTacO do PapO - 'Todo Clichê do Amor' | 2018
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
É certo que sentimentos românticos renderão ainda muitos e muitos filmes pra fazer rir e chorar. 'Todo Clichê do Amor', que passou por poucas salas no ano passado, tem sua vertente pautada no humor, mas também não deixa de apresentar traços de dramalhão para se autoafirmar diante da audiência, afinal, estamos falando de amor, como não ser dramático diante de tal tema?
Nessa trama super engenhosa, conheceremos a história de Lia, (Marjorie Estiano) uma prostituta passional que trabalha na linha do fetiche e da dominação ,que decide se tornar mãe do filho de Felipe (João Baldasserini) um ator pornô. Também seremos apresentados a um entregador, Léo (Rafael Primot) que comete um assassinato como prova de amor a Helen (Débora Falabella) uma garçonete comprometida; além de presenciar a última chance que uma madrasta (Maria Luisa Mendonça) tem para conquistar o afeto de sua enteada durante velório de seu esposo. Um entrechoque de carências e erros emerge novas e inesperadas formas de afeto quando colocadas em contato.
Sob a direção do jovem Rafael Primot ('Gata Velha Ainda Mia' - 2014) , que também estrela o longa, o projeto tem sua licença maior ao usar a palavra 'clichê' desde o título, que aqui funciona como uma espécie de perdão antecipado pelas sequências com certo exagero e com toques (propositalmente) de gosto ligeiramente duvidoso. Salvo pequenos deslizes, como por exemplo na falta de uma conexão eficiente entre as três histórias, o filme de Primot tem bossa. O ponto forte centra-se na edição e na montagem de Helena Maura, nos curtos planos sequência e na caprichada fotografia Kauê Zilli ,que explora vermelhos e rosas em neon sem a menor cerimônia.
No amor vale tudo. Ser brega, verborrágico, dramático... até engraçado. Todas essas nuances são exploradas com certa competência por Primot, que claro, tem no excelente elenco o epicentro de sua obra: destaco a sequência impagável da dominatrix vivida por Marjorie Estiano, quando num quarto de hotel , no período de trabalho , ela também resolve por telefone questões de cunho particular - desde problemas conjugais até a entrega do mercado do dia - tudo num tom ácido, de humor apurado e sem papas na língua. 'Todo Clichê do Amor' não é exatamente um grande filme, mas tem lá seu charme, e o melhor, identidade.
Vale Ver !Sob a direção do jovem Rafael Primot ('Gata Velha Ainda Mia' - 2014) , que também estrela o longa, o projeto tem sua licença maior ao usar a palavra 'clichê' desde o título, que aqui funciona como uma espécie de perdão antecipado pelas sequências com certo exagero e com toques (propositalmente) de gosto ligeiramente duvidoso. Salvo pequenos deslizes, como por exemplo na falta de uma conexão eficiente entre as três histórias, o filme de Primot tem bossa. O ponto forte centra-se na edição e na montagem de Helena Maura, nos curtos planos sequência e na caprichada fotografia Kauê Zilli ,que explora vermelhos e rosas em neon sem a menor cerimônia.
No amor vale tudo. Ser brega, verborrágico, dramático... até engraçado. Todas essas nuances são exploradas com certa competência por Primot, que claro, tem no excelente elenco o epicentro de sua obra: destaco a sequência impagável da dominatrix vivida por Marjorie Estiano, quando num quarto de hotel , no período de trabalho , ela também resolve por telefone questões de cunho particular - desde problemas conjugais até a entrega do mercado do dia - tudo num tom ácido, de humor apurado e sem papas na língua. 'Todo Clichê do Amor' não é exatamente um grande filme, mas tem lá seu charme, e o melhor, identidade.
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