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PiTacO do PapO - 'Calmaria' | 2019

NOTA 6.0

Por Karina Massud @cinemassud 


Um peixe, um drama familiar e um jogo de computador: esses três elementos se juntaram num único roteiro e até poderiam ter dado certo e resultado num filme atraente. Poderiam, mas não deram. 


A premissa de “Calmaria” é boa: Matthew McConaughey é  o capitão Baker Dill, um homem obcecado por pescar um lendário atum gigante (esse plot já funcionou lindamente nos clássicos da literatura “O Velho e O Mar” e “Moby Dick”) que tem um problema com o passado: se afastou do seu filho que pensa que ele morreu, e a ex se casou com um milionário violento que se veste feito gangster. Começamos vendo suas tentativas de pescar o tal peixe no barco que ele aluga para turistas na ilha de Plymouth, até aí tudo ótimo: temos uma boa sequência de tensão e frustração logo em seguida. Mas aí a trama vira um drama com pitadas eróticas e depois ficção científica (você leu certo, ficção científica), e o diretor não teve destreza suficiente pra fazer essa transição ou mistura de gêneros tão distintos.

No segundo ato tudo embola: sua ex-mulher (Anne Hathaway) surge no único boteco da ilha de forma breguíssima oferecendo muito dinheiro pra ele matar seu marido agressor. Em seguida aparece um funcionário de uma empresa de radar lhe oferecendo um sonar certeiro pra pescar o dito atum. Só que tudo faz parte de um jogo de videogame mostrado em cenas que parecem um flashback. Sim, meus caros, essa mistureba toda acontece sem pé nem cabeça, e o diretor e roteirista Steven Knight (que até agora fez filmes bem palatáveis e bons como “Senhores do Crime” e “Locke”) não soube conduzir tanta subtrama sem conexão alguma, deixando o espectador com um baita ponto de interrogação no meio da testa se perguntando qual seria a pegadinha.

Me senti burra porque (confesso), precisei rever algumas cenas pra entender o que se passava, a edição dá a entender que o menino é um hacker maluco que criou toda aquela realidade pra sacanear o padrasto e salvar a mãe do relacionamento abusivo; mas as viradas são tantas que nada se explica e o final chega a ser ridículo.

Um desperdício de grande elenco (Matthew McConaughey,Anne Hathaway, Diane Lane,Djimon Hounsou ) do seu tempo e sua calma, com o perdão do trocadilho. E já um candidato fortíssimo ao prêmio “Framboesa de Ouro”.


Vale Ver Mas Nem Tanto! 


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