Adsense Cabeçalho

PiTacO do PapO - 'Capitã Marvel' | 2019

NOTA 9.0

Uma nova velha heroína 

Por Vinícius Martins @cinemarcante


O maior traço de 'Capitã Marvel’, novo filme da Marvel Studios que chegou aos cinemas sob a direção de Anna Boden e Ryan Fleck, é a persistência. Essa característica, que também é a mais forte de sua protagonista, consiste no fato de ele ser mais do mesmo (o que não significa que seja ruim), reprisando esquemas já usados pelo estúdio para equilibrar comédia, drama e ação para criar uma jornada aventuresca. No caso da personagem, a persistência serve tanto no sentido de teimosia quanto de resiliência, fazendo aqui valer o ditado “o que não mata, fortalece”. Recheado com boas tiradas e conexões interessantes com o restante do universo cinematográfico já estabelecido, o filme é um prato cheio para os amantes da fórmula Marvel.

O longa é uma excelente sessão pipoca, mas também é um presente social. O fato de ser lançado no dia internacional da mulher não é gratuito; pode ser visto como uma ótima jogada de marketing, claro, mas o produto é necessário e demasiado útil. Carol Danvers é a uma perfeita mulher imperfeita, que aprende com os próprios erros e cresce com eles, sempre batalhando pelo alcance de suas metas. Ela não é filha de deuses, nem tampouco o estereótipo de mulher-ideal como referência para a moda e a sociedade masculina, com uma cintura acentuada e coxas torneadas. Carol Danvers é a imagem da mulher comum, sem nada de especial além de sua garra e disposição para insistir no que quer, e que por acaso adquire poderes dos quais precisa aprender a controlar.


A trama subverte a expectativa, gerando um efeito no público semelhante ao de 'Homem de Ferro 3’; porém, a diferença aqui é que não há o choque do estranhamento como ocorreu no filme de 2013. O problema maior do filme é o próprio hype, o que o torna uma vítima de si mesmo. Os fãs esperam que a cada novo lançamento da Marvel assistam ao melhor filme do estúdio, e parecem não entender que os filmes evento como 'Os Vingadores’, de 2012, são diferentes de produções solo e, principalmente, de filmes de origem e/ou introdutórios. Quem for ao cinema esperando o melhor filme da Marvel certamente irá se decepcionar, mas quem for com o peito aberto para uma história nova, que revisita alguns velhos conhecidos e está ali para acrescentar uma heroína ao fuzuê que essa franquia bidezenal é, irá achar o filme cativante e até mesmo inspirador.

Entretanto, apesar de funcionar, não dá para afirmar que o filme seja perfeito. Alguns cuidados essenciais faltaram, e os fãs mais atenciosos irão notar o capricho que falou; como o fato de a SHIELD ser chamada de SHIELD já na década de noventa, quando no primeiro filme 'Homem de Ferro’passado na década seguinte, vê-se o agente Coulson se apresentando como um agente da “Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão” e passando a chamar de SHIELD somente após Pepper Potts sugerir que se criasse uma sigla para esse nome tão grande e complicado.

Apesar disso, não faltam méritos ao filme. Independente do quão absurdo seja respirar no espaço com a face exposta, o que se aprende aqui é que não importa se é realidade ou ficção, sempre vai ter alguém ou alguma coisa ou situação querendo te derrubar, e que o mais importante é reunir forças para se colocar de pé novamente.


Super Vale Ver !


Nenhum comentário