Adsense Cabeçalho

PiTacO do PapO - 'Vingadores: Ultimato' | 2019

NOTA 10

Parte da jornada é o fim

Por Vinícius Martins @cinemarcante



Ultimato. Último ato. A jogada final. Tudo, nos vinte e um filmes anteriores deste universo meticulosamente construído, trouxe a este momento - e nele, agora, o todo é revisitado para formar a obra auto-contemplativa que conhecemos como 'Vingadores: Ultimato’. Esta é a conclusão de uma era que foi construída sobre a necessidade humana de ver heróis, tocar heróis e, principalmente, sentir heróis entre si. Crianças cresceram assistindo a esses filmes, adultos se tornaram criança e todos se reuniram ao redor das tramas desenvolvidas e realizadas por milhares de pessoas. 


Há uma poesia belíssima na complexidade do desfecho da “Saga do Infinito” - nome recentemente dado ao conjunto de filmes que começaram em 2008, com 'Homem de Ferro’, e encerrado com o quarto filme dos Vingadores -, que encerra em definitivo (só lembrando: nos quadrinhos, o conceito de ”definitivo” é amplamente variável) a história dos heróis fundadores da franquia. A dita “fórmula Marvel” é explorada aqui de maneira singular, tanto para o estúdio como para o cinema de modo geral, e faz com que as dúzias de elementos movimentados em cena nesses mais de dez anos alcancem, por fim, a exatidão da dosagem de sua manipulação; a perfeição da fórmula, em um equilíbrio harmônico.  

O mundo pode, hoje, ser dividido entre a era pré-Vingadores e a aurora pós-Vingadores. Não há dúvidas de que a produção seja um marco histórico-cultural de amplitude nunca antes explorada, e isso é magnificamente assustador. A enxurrada de referências e auto-referências que permeiam a produção, desde o seu prólogo até a última cena, fazem os fãs se deleitarem em um êxtase visual luxuriante e embriagante, que revisita a jornada dos heróis e apresenta novas e velhas faces de personagens consagrados, com um elenco tão grandioso quanto a expectativa gerada ao redor dessa conclusão épica. O filme é nostálgico, mas não faz um apelo à nostalgia. Na verdade, nada é apelativo e tudo tem uma utilidade.

Nada é meramente gratuito nas três horas de duração que o longa possui. Os laços formados desde o primeiro filme, tanto entre os personagens entre si quanto entre o público que vai assistir aos seus heróis no cinema, são tratados com uma sensibilidade tão intensa e tão íntima que torna difícil não tornar pessoal o envolvimento entre público e obra. Tendo sido ovacionado várias vezes enquanto era exibido em suas sessões de pré estreia, ‘Vingadores: Ultimato’ se torna mais um filme a ser batido, um recorde a ser quebrado e ícone popular para a atual geração.


Super Vale Ver !



Nenhum comentário