PiTacO do PapO - 'Brightburn: Filho das Trevas' | 2019
NOTA 7.0
Por Sérgio Ghesti @meuhype
Filme busca no mito dos super-heróis (particularmente em Superman) trazer uma história no mÃnimo curiosa de origem de um ser de outro mundo que definitivamente não vem em busca da paz. O teor sangrento e perturbador da história é um choque desagradável que age como um antÃdoto para o dilúvio de filmes de super-heróis, a maioria bastante determinados a fazer o bem. Não espere uma produção pretensiosa e sim uma homenagem aos Filmes B de antigamente misturado a uma temática de filme de terror. Imagine se aquele bebê alienÃgena vindo de outro planeta e adotado por uma famÃlia em uma fazenda fosse do mal? Essa premissa que move 'Brightburn: Filho das Trevas'. Cabe ao expectador entrar no fluxo do que é apresentado sem o compromisso ou ambição de uma superprodução.
Na trama, quando uma criança alienÃgena cai no terreno de um casal da parte rural dos Estados Unidos, eles decidem criar o menino como seu filho. Porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, se tornando uma força obscura na Terra. Não é um filme surpreendente, é uma produção pequena, quase independente que pode ganhar pontos dependendo do interesse do público em produções alternativas, similares a 'Cloverfield', 'Poder sem Limites' entre outros, que buscam uma outra linha conceitual para fugir do tradicional.
O diretor David Yarovesky (A Colmeia) conta com ajuda do cineasta James Gunn (responsável pela franquia dos Guardiões da Galáxia), que produz o longa de terror aonde trabalhou com seu irmão, Brian Gunn, e seu primo, Mark Gunn, que desenvolveram o roteiro. No elenco Elizabeth Banks e David Denman são os pais do garoto Brandon Breyer interpretado por Jackson A. Dunn. Grande parte do filme está focado no garoto e sua famÃlia enquanto fica bem claro que há algo muito especial sobre ele e está a poucos momentos de ser desencadeado. O filme constrói tensão cedo, cada segundo é tingido de medo. O enredo real, espremido em um tempo de execução de 91 minutos é apressado, detalha pouco e instiga muito, não passa muito tempo fingindo ser o que não é além de alguns acenos visuais simples mais eficazes assim como um "gore" bem executado.
Talvez o principal problema da história é a falta de esforço para construir o mistério e desenvolver os personagens e suas consequências. As soluções são fáceis e as reviravoltas pouco refinadas e de certa forma impetuosas com o casal. Grande parte do que se propõe é convincente e mais próximo do terror. No geral, o personagem de Brandon exerce sua vilania com algumas audaciosas mortes, destaque para a cena do acidente de carro, uma das sequências mais inventivas e sangrentas do filme que conta com um orçamento minúsculo para o padrão de Hollywood de US$ 6 milhões de dólares.
Grande parte do bom envolvimento com o personagem também se deve a um desempenho habilidoso do relativamente novato Dunn (ironicamente visto pela última vez como um Scott Lang de 12 anos em Vingadores - Ultimato). Enquanto o filme não permite tanto tempo para trabalhar o personagem, Dunn tem a capacidade de elevar Brandon de supervilão a algo mais, fazendo-nos acreditar que ainda pode haver alguma humanidade por trás de sua máscara caseira tipica de um "serial killer" a lá Jason. É um filme que evita o lugar comum brincando com os clichês, inclusive há uma cena pós crédito muito bem sacada com a música "Bad Guy" de Billie Eilish. Assista sem compromisso.
Vale Ver !
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