PiTacO do PapO - 'Obsessão' | 2019
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Stalkers. Essa palavra de nome atraente (sem a tradução, claro), muito usada ultimamente por conta das redes sociais, não é exatamente um termo novo. No cinema, sempre definiu um tipo muito específico de psicopatia onde o perseguidor, de todo jeito, quer manter a vítima ao seu lado com ou sem um motivo aparente, independente dos meios que use para isso. 'Mulher Solteira Procura' e 'A Mão que Balança o Berço' (ambos de 1992), são grande exemplos desse tipo assustador que povoa o imaginário de fãs do cinema de suspense. 'Obsessão', (título nacional bem preguiçoso por sinal), chega aos cinemas tendo como carro chefe a interpretação superlativa da diva francesa Isabelle Huppert.
Na trama Chloë Grace Moretz é Frances, uma jovem garçonete cuja mãe faleceu recentemente. Acabando de se mudar para Manhattan e cheia de reservas com o pai por conta da perda da mãe, ela começa uma amizade improvável com Greta (Isabelle Huppert), uma viúva que ela conheceu por ter encontrado sua bolsa perdida no metrô da cidade. Porém, conforme as duas se tornam melhores amigas, as atenções da senhora de olhar misterioso se mostram muito mais estranhas e doentes do que ela poderia pensar.
Sob a direção de Neil Jordan, (o nome por trás de 'Traídos pelo Desejo' - 1992 e 'Entrevista Com o Vampiro' - 1994), 'Greta' (no original), não apresenta novidade, mas se apoia ferozmente no talento de suas protagonistas, sobretudo Huppert, que tem o poder de destrinchar um personagem sem ricas camadas e fazer dele um grande personagem, que atrai até o olhar do espectador mais desatento. Falando em dispersão (palavra que não caberia em um bom thriller), peca aí a direção de Jordan, que imprime alguns freios na narrativa que pausam o bom ritmo inicial da trama.
Ainda que com altos e baixos em seu desenvolvimento, 'Obsessão' tem um clima atraente aos fãs do gênero. A sequência final, muito embora sem ousar um 'grand finale', é eletrizante e nos remete a grandes filmes debaixo da mesma temática - é aí que mais um vez Huppert brilha e traz de volta nosso encanto por vilões doentios que hollywood já não produz com a mesma eficiência. A sensação é que algo fica faltando no suspense, mas ainda sim não chega a ser uma experiência descartável. O filme ainda conta com uma breve participação do veterano Stephen Rea, que inclusive já esteve presente em outras produções emblemáticas do cineasta Neil Jordan.
Vale Ver !
Vale Ver !
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