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PiTacO do PapO - 'X Men: Fênix Negra' | 2019

NOTA 8.0

O adeus de uma era 

Por Vinícius Martins @cinemarcante 


Após meses e mais meses de adiamento, 'X-Men: Fênix Negra' finalmente chegou às telonas para concluir, com alguma dignidade, a série de problemas que seu universo cinematográfico se tornou. A franquia X-Men é, como um todo, um festival de contradições e auto-anulações catastróficas. Todavia, nesta nova produção esses furos são deixados de lado em prol da criação de uma trama episódica; mas o desafio do diretor, roteirista e produtor Simon Kimberg era fazer com que esse filme fosse, simultaneamente a esse caráter individual, uma obra conclusiva para toda a mitologia que chegou aos cinemas quase vinte anos atrás e se distribuiu por onze filmes (considerando os longas de Wolverine e Deadpool). Há problemas no resultado final, obviamente, só que nada tão grande que consiga fragilizar o roteiro ou comprometa a experiência de compreender a proposta do diretor.


O roteiro é construído de forma bastante intimista, e a atmosfera introspectiva que domina todo o filme (em especial no tocante aos fãs da saga dos mutantes) tem como grande aliada a fotografia, que contribui veementemente para tornar trágica a ascensão da Fênix em todo o assombro de sua magnitude e as consequências desse evento. Há aqui a junção entre dois arcos das HQs que, curiosamente, funcionam muito bem em conjunto no cinema: são eles a Saga da Fênix, obviamente, e Invasão Secreta, adicionando a esse universo o elemento Skrull em uma versão mais sombria e extraterrestre (bem no estilo 'Arquivo X') do que a vista em 'Capitã Marvel'. E por falar na presença da raça alienígena e do vigésimo primeiro filme do MCU, é justamente por causa do filme da heroína Carol Denvers que o terceiro ato de 'X-Men: Fênix Negra' se torna desprovido de um desfecho megalomaníaco. Teria uma invasão Skrull e diversas naves e tropas tentariam chegar até o planeta Terra, então haveria uma guerra no espaço assim como aconteceu no filme da Marvel; e por causa dessa semelhança, o longa passou por refilmagens e teve seu clímax alterado e, de certo modo, enfraquecido para evitar comparações evidentes entre as obras. No entanto, os problemas não tiram o peso de conclusão emotiva que o final do filme tem.

O clima tenso é uma presença constante através da trilha sonora composta por Hans Zimmer, e enche todos os instantes, desde os diálogos simples até as batalhas barulhentas, com uma urgência melancólica de fim inevitável. Zimmer entrega um trabalho belíssimo, e surpreende com seu retorno ao gênero após ter anunciado seu afastamento dele depois do complicado 'Batman v Superman: A Origem da Justiça', que classificou como um dos filmes mais difíceis de musicalizar. Adicionando a esses sentimentos conduzidos o fato de que esse é o último filme da equipe com essa formação de elenco, tem-se uma receita eficaz para, talvez, arrancar algum suor dos olhos mais sensíveis de amantes da franquia.

E assim, entre alguns erros e diversos acertos, 'X-Men: Fênix Negra' se faz um entretenimento para fãs, cheio de reverências ao memorial e ao legado que a franquia deixa para o mundo. Ignorando algumas pontas soltas e propósitos abandonados pelo caminho, o filme se firma como uma última jornada dinâmica e um adeus comovente aos personagens que agora retornam para as origens e que podem, em um futuro próximo, renascer das cinzas como a Fênix a que faz referência e entrar para o MCU com novos rostos e novas aventuras. Vida longa aos X-MEN!


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