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PiTacO do PapO - 'A Inventora - À Procura de Sangue no Vale do Silício' | 2019

NOTA 8.0

O poder de um bom discurso

Por Karina Massud @cinemassud 


O Vale do Silício na Califórnia é berço de muitos dos novos multimilionários, visionários empreendedores na área da tecnologia, pessoas que inventaram ou enxergaram inovações onde ninguém mais viu. Marck Zuckerberg (Facebook), Larry Page, Sergey Brin (Google) são alguns dos exemplos.


Elizabeth Holmes foi uma dessas bilionárias, quando aos 19 anos largou a faculdade de Stanford e criou a Theranos, empresa de biotecnologia que lançou Edison, uma máquina parecida com uma impressora que prometia revolucionar a saúde nos EUA, país onde a medicina é caríssima. Edison era um mini-laboratório capaz de  fazer exames de sangue precisos com apenas uma gotinha de sangue - algo acessível a todos que não tinham seguro - o que tornou Theranos uma empresa avaliada em 9 bilhões de dólares, valor esse que se transformou em nada quando a fraude foi descoberta.

Elizabeth é uma mulher articulada, convincente, que se veste sempre de preto com gola rolê (como seu ídolo Steve Jobs) , que fazia apresentações com histórias emotivas mas nulas em explicação científica, tudo envolto em muito mistério e segredo. Com sua lábia incrível ela se cercou de grandes investidores que endossaram suas idéias - Henry Kissinger, Ruper Murdoch e George Schultz- assim, todo mundo acreditou no projeto sem questionar. Até que chegou o dia da aprovação da FDA (Food and Drugs Administration), foi quando a farsa veio à tona com uma reportagem jornalística explosiva.

O documentário do diretor Alex Gibney ( diretor do documentário sobre Steve Jobs) é fascinante e nos mostra todo o desenrolar da história em depoimentos de ex-funcionários, da orientadora de Stanford e do jornalista investigativo do Wall Street Journal, fora as ótimas imagens de Edison simuladas por computação, mostrando o quão desastrosos (risíveis até) seriam os tais exames.

A trama foca, ao lado da ascensão e queda da Theranos, na psicologia da fraude. Elizabeth é mostrada como uma personagem manipuladora, quase uma psicopata (“ela não pisca” e é egocêntrica ao extremo) e não uma charlatã, pois ela contava uma história na qual acreditava piamente. A pergunta que fica no ar: “Como todos foram ludibriados por uma jovem de 19 anos?”  Talvez a melhor resposta seja: as pessoas gostam e precisam de milagres, de coisas e ideias mágicas pra viver...


Vale Ver ! 


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