PiTacO do PapO - 'Struggle: A Vida e a Arte Perdida de Szukalski' | 2018

NOTA 9.0 

“Arte não pode ser comedida. Arte tem que ser exagerada” 

Por Karina Massud @cinemassud

Talento e genialidade nem sempre garantem que um artista tenha seu nome gravado para a posteridade. Stanislaw Szukalski foi um pintor e escultor polonês fenomenal e único que caiu no esquecimento, e só agora, através do documentário original da Netflix “Struggle: A Vida e a Arte Perdida de Szukalski” , que sua vida e obra vêm a público. 

Em 1968 o colecionador de arte pop Glenn Bray deu de cara com um livro de fotos da obra de Stanislaw e ficou encantado com aquele artista do qual nunca tinha ouvido falar. E qual não foi sua surpresa quando descobriu que ele morava anonimamente ali perto, em sua vizinhança de Burbank, Califórnia. Se conheceram, viraram amigos e Bray decidiu (re) apresentar aquele artista único ao mundo.  Imagens de arquivo e entrevistas com Szukalsk, (que morreu em 1987) nos revelam o seu método criativo, o significado das principais obras e como foram perdidas durante a Segunda Guerra Mundial, além da sua luta com o passado controverso. 

Na primeira metade do documentário conhecemos a vida de Stanislaw antes de ir para a América, e como sua arte foi descoberta por acaso já na velhice. Como todo gênio, ele tinha personalidade fortíssima e excêntrica, era uma alma livre e criadora da própria realidade fantástica. 

O escultor polonês não era nada modesto e sabia do valor artístico de suas obras : sempre exageradas e ousadas, ele explica com entusiasmo várias delas. Struggle (luta em inglês) é o nome da escultura que dá nome ao longa : uma mão poderosa e marcante da qual só restaram fotos, uma peça que eu gostaria de ter enfeitando a minha casa. 

Mas por que motivo Stanislaw caiu no ostracismo e suas obras de arte foram destruídas e/ou perdidas? A resposta é dada na segunda metade do longa, motivo esse lamentável. Daí uma questão importante é levantada : é possível separar o homem que cometeu erros do artista fascinante e sua obra magistral? Cabe ao espectador tirar suas conclusões e se deleitar com esse documentário sensacional.

Super Vale Ver !