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PiTacO do PapO - 'Zoe' | 2018

NOTA 8.0

Criador x criatura 

Por Rogério Machado

"Eu nunca vou partir seu coração. Nunca te deixarei. Eu sou projetado pra te amar e te entender de um jeito que os humanos não conseguem.."  disse Ash, um dos sintéticos durante uma das apresentações de um grande laboratório que num futuro bem próximo não somente fabrica 'robôs' leais e aptos a amar verdadeiramente, como também uma droga para humanos que proporciona amor à qualquer hora e lugar , basta que tenham vontade de se sentir menos solitários. Baseado na tão falada, no cinema e na vida real, A.I (inteligência artificial), 'Zoe', ainda sem previsão de lançamento no Brasil, adiciona a temática romântica ao assunto. 


No longa, Zoe (Léa Seydoux) e Cole (Ewan McGregor) trabalham no centro de pesquisa responsável pelo desenvolvimento de um teste computadorizado que pode determinar a probabilidade de uma parceria bem-sucedida entre dois indivíduos, já que androides foram projetados como parceiros ideais. É nesse cenário tecnológico que um envolvimento entre os dois começa a florescer, mas é ameaçado sem seguida por um acidente repentino.

Drake Doremus tem um currículo interessante, especialmente pela predileção em falar de amor: 'Loucamente Apaixonados' (2011) e 'Quando Te Conheci' (2015), também um Si-fi com verve romântica, são alguns dos títulos que representam com louvor essa afirmação. Em 'Zoe' ele se aprofunda no tema e nas entrelinhas também critica o tipo de amor que a humanidade está oferecendo uns aos outros. Nessa linha de raciocínio, o longa acaba inevitavelmente ganhando pontos - seriam os humanos incapazes de amar? O amor hoje é um item de luxo?  Doremus deixa esses e outros questionamentos no ar e cabe a cada um interpretá-los e respondê-los. 

'Zoe' só não se firma como uma grande proposta, não somente por  não ser exatamente inédito, mas por se perder romantizando além da conta a jornada de seus protagonistas. A preocupação em dar um fim didático e romântico é maior do que acrescentar ao debate, do que aprofundar num desfecho cuja abertura era tão promissora. Ainda sim, 'Zoe' entretém e mostra que amores artificiais também são amores. 


Vale Ver !




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