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PiTacO do PapO - 'Anna - O Perigo tem Nome' | 2019

NOTA 7.0

Por Rogério Machado


O cineasta francês Luc Besson já tinha mais de dez anos de carreira quando chamou a atenção do mundo com 'O Quinto Elemento' (1997), filme estrelado por Bruce Willis , Gary Oldman e Milla Jovovich. Muito além de um filme de ficção, Besson imprimiu um conceito único que conquistou crítica e público. Mais tarde, com 'Valerian e A Cidade dos Mil Planetas' (2017)  ele tentou sem sucesso se reinventar na fórmula, e o que parecia uma boa promessa entrou pro hall de fracassos do diretor.  Dois anos após 'Valerian', eis que é a hora e a vez de 'Anna - O Perigo tem Nome', estrelado pela top model russa Sasha Luss, que está apenas no seu segundo trabalho no cinema e também está no elenco do projeto anterior do diretor.


Na trama, Anna Poliatova (Sasha Luss) é oficialmente uma modelo famosa e muito requisitada pelas marcas de luxo ao redor do mundo, mas o maior segredo que esconde é que ela é uma das assassinas mais perigosas e bem treinadas da KGB. Anna é monitorada e orientada  pelos agentes Alexei (Luke Evans) e Olga (Hellen Mirren), no entanto, Anna fará de tudo para se sentir liberta da repressão do governo russo e para isso fará uma aliança com Lenny Miller (Cillian Murphy), um agente da CIA que lidera uma represália contra a KGB em razão de um incidente de anos atrás. 

'Anna' tem a seu favor o hype que  tramas de espionagem proporcionam até às mais corriqueiras produções do gênero. Mesmo com um roteiro sem grandes surpresas ou reviravoltas, o longa tem sim o mérito de atrair a atenção do público ao lançar mão de uma edição e montagem que situa o expectador à todo tempo sobre  fatos e datas. Porém,  o que a princípio se apresenta como virtude, mais tarde dá sinais de fraqueza: além de ser desnecessário explicar 'tim tim por tim tim' a cronologia do longa , também é extremamente cansativo. Esta parece uma escolha preguiçosa de Besson em sair datando cada acontecimento, o que poderia ter sido feito de forma mais sutil em uma montagem com melhor sacada. 

Outro ponto que coloca o longa em cheque são as atuações frias, tanto da estreante Sasha Luss, como do elenco de veteranos. É compreensível vindo de uma atriz nova que ainda por cima opera em um papel dentro de sua realidade, mas se pensarmos em estrelas no nipe de Hellen Mirren, por exemplo, se torna inadmissível o tom morno e desinteressante dado à personagens que inclusive poderiam ter sido melhor aproveitados em um roteiro promissor, mas mal desenvolvidos. Nas sequências finais, a apatia dá lugar à cenas mais eletrizantes que nos fazem lembrar que filme de espionagem bom é aquele que remete ao melhor estilo 'gato e rato' de ser... pena que Besson só despertou para isso nos minutos derradeiros. 

Uma coisa não dá pra negar: Besson continua empoderando mulheres em personagens femininos de muita expressão, mesmo que presas em tramas nem sempre brilhantes. 



Vale Ver !




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