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PiTacO do PapO - 'Jonathan' | 2018

NOTA 7.5

Por Rogério Machado 


Jonathan é um rapaz tímido, responsável, e se destaca num grande escritório de arquitetura. E John é um cara simpático, de espírito livre,  que não costuma assumir os riscos que corre. Ele não tem um trabalho e gosta de viver pelos bares da cidade. Até aqui essa poderia ser a premissa de um filme comum , sobre dois irmãos gêmeos que têm comportamentos muito distintos. Mas não, estamos falando de um longa que bebe das fontes de um futuro distópico para contar a história de duas pessoas que não poderiam conviver no mesmo espaço, muito embora dividam o mesmo corpo. Complicado não? É certo que sim, mas eu também não pretendo elucidar muita coisa a seguir. 


Em 'Jonathan', (ainda sem previsão de estreia nacional) Ansel Elgort , que vive o personagem do título, faz todos os dias a mesma coisa. Ele deixa o escritório todos os dias ao meio-dia, e quando chega em casa, ele vai dormir. Quando ele acorda, uma mesa com café da manhã já está posta junto com um vídeo contando a ele sobre a segunda parte do seu dia, que claro, não segue o padrão mantido durante o dia. Isso tudo porque ele tem um irmão gêmeo, John, que atua no seu inconsciente. Sim, os dois, apesar de temperamentos muito diferentes, habitam num corpo só.

Os dois têm uma regra: aconteça o que acontecer, nenhum deles deveria se apaixonar. O sexo podia acontecer, menos o envolvimento. Tudo entra em colapso quando surge Elena (Suki Waterhouse), uma charmosa garçonete que conquista o coração rebelde de John. E é nesse ponto que a trama se concentra durante boa parte da projeção. Daí pra frente fica difícil seguir resenhando pois o risco de revelar detalhes que comprometam a surpresa do espectador é grande.

'Jonathan' habita ali entre a ficção e a fantasia, ou talvez até possa ser classificado como um drama com toques ficcionais muito expressivos. Aqui, as respostas não ficam claras, e a interpretação sobre o que estaria acontecendo com o personagem (ou personagens) podem ser as mais variadas possíveis. Muito embora a trama seja muito envolvente, o longa caminha pela linha  tênue entre a inventividade e a inexpressão. Por parte da direção de Bill Oliver (estreante a frente de um longa metragem), acredito que tenha faltado maior didatismo sobre o experimento pelo qual os irmãos haviam passado, ou quem sabe deixar mais claro que tudo não passava de uma alucinação generalizada. De qualquer forma, mesmo apesar de detalhes mal expostos, o filme consegue manter seu magnetismo e por sua vez o interesse do espectador. 


Vale Ver !





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