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PiTacO do PapO - 'Branca como a Neve' | 2019

NOTA 5.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


Sem muita cerimônia, a diretora Anne Fontaine transpõe explicitamente elementos do conto clássico “A Branca de Neve” para sua releitura em “Branca Como a Neve”. A versão contemporânea reproduz a moral contida na obra original. Claire, funcionária operacional de um Hotel, tem como superiora a madrasta que passou a controlar o negócio familiar do falecido pai. 


Invejando a beleza da enteada e num acesso de ciúmes pelo fato de o marido ter atração pela jovem, a madrasta arquiteta um plano para eliminá-la. A execução é falha, o que abre margem para Claire ser resgatada por estranhos. Tudo ocorre numa floresta e com referências irritantes e não funcionais ao conto. Desde o início, Fontaine força e reforça a significação de elementos como a presença insistente da maçã, espelhos, emprego do vermelho, planos com o perfil da sombra dos personagens em paredes e assim por diante. A trilha sonora segue um caminho parecido: são frequentes as trilhas que combinam tons de harpa e a sonorização de music boxes. O apego estético não seria um problema caso não competisse com o protagonismo da narrativa, que em suma vai do nada a lugar nenhum.

Até mesmo o número de homens com que Claire se relaciona após o atentado são 7, cada um com um perfil distinto. Como mencionado, o preciosismo do paralelismo preciso não é um problema. A falha mais profunda é planar numa proposta rasa que recorre a uma obra de forma vazia. Investe-se na inserção de elementos adultos, mas novamente recai-se na insistência infértil. No lugar das descobertas puras feita pela Branca de Neve, Claire recorre ao sexo como forma de interação. O triste é ainda amargurar a veterana Isabelle Huppert no papel de uma madrasta mecânica, a atriz pouco pôde oferecer dada a pobreza de subsídios.

É uma releitura apelativa que simplesmente não tem propósito. Dispensável.


Nem Vale Ver !


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