PiTacO do PapO - 'Os Mortos Não Morrem' | 2019
NOTA 7.0
Por Karina Massud @cinemassud
Zumbis são seres que só querem comer um bom cérebro ou vísceras humanas, ponto. Eles não são heróis nem vilões, apenas seguem seu instinto animal ou zumbilesco. É dessa forma que eles são mostrados também em “Os Mortos Não Morrem”, novo filme do diretor Jim Jarmusch.
Certo dia, na pacata cidade de Centerville, coisas estranhíssimas começam a acontecer: a terra saiu do eixo e isso iniciou um cataclismo: a ordem do dia e da noite mudaram e os mortos em decomposição começam a sair das tumbas famintos por carne humana.
O diretor Jim Jarmusch (de “Flores Partidas” e “Amantes Eternos”) faz em “Os Mortos Não Morrem” uma homenagem e também uma sátira ao terror, seu gênero predileto. Ele segue a risca as regras do manual de filmes de zumbi de George Romero (“A Noite dos Mortos Vivos”) - o rei e pai do gênero que é inclusive citado em uma cena – e essa fórmula nunca sai de moda ou cansa os fãs de zumbis. John Carpenter (“Halloween”) e "Nosferatu" também aparecem casualmente.
O elenco é estelar e traz os atores prediletos do diretor: Bill Murray, Adam Driver e Chloë Sevigny como policiais meio apalermados que saem para investigar os crimes que descobrem serem obras dos zumbis. O apocalipse é inevitável e aceitado de forma resignada por eles, que sabem que ninguém sai vivo de um lugar invadido por mortos-vivos. Tilda Swinton participa como sempre no papel de diferentona excêntrica - dessa vez como uma ninja matadora de zumbis, agente policial e maquiadora de defuntos – uma personagem engraçada, assim como o de Iggy Pop, que se levanta dos sete palmos e entra num diner pra comer gente e tomar café em uma cena rápida mas hilária. Infelizmente todos são mostrados de maneira superficial e até boba, não se sabe se eles estão zoando com o roteiro ou se aquilo que dizem é mesmo sério.
A trama faz uma crítica ao consumismo desenfreado e levanta a questão “Quem é zumbi de verdade: nós que respiramos ou os mortos-vivos que levantaram de seus túmulos?”. E apesar do filme ficar nessa zona cinzenta entre o “nonsense” e o terror apavorante, vale a espiada.
Vale Ver !
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