PiTacO do PapO - 'O Pintassilgo' | 2019
NOTA 6.9
Por Rogério Machado
Com quase oitocentas páginas, 'O Pintassilgo' , da escritora americana Donna Tartt, dividiu opiniões na ocasião do seu lançamento em 2013. Agora, pelas mãos do cineasta John Crowley (do indicado ao Oscar 'Brooklin' - 2014), o best seller vencedor do Pulitzer de ficção, ganha as telas com uma pegada (pelo que andei percebendo) bem parecida das páginas a que se originaram. Crowley posterga ações, além de usar vai e vens na história que acabam por tornar enfadonha a experiência durante as quase duas horas e meia de duração.
No drama, o jovem Theodore Decker (Oakes Fegley), tem a vida drasticamente modificada após um atentado terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Além de sua mãe falecer no evento, ele é incentivado por um desconhecido a levar consigo um quadro lá exposto, O Pintassilgo, além de um anel com o brasão de sua famÃlia. Nos dias subsequentes Theo recebe o abrigo da sra. Barbour (Nicole Kidman) e, ao pesquisar sobre o brasão, conhece Hobie (Jeffrey Wright), um vendedor de antiguidades que agora é o tutor de Pippa (Aimee Laurence), filha do homem desconhecido, que também estava no museu no momento do atentado. Esse encontro vai modificar para sempre a vida do garoto, seja por seu interesse no mercado de antiguidades ou mesmo pela paixão que nutre pela jovem.
A história de Theo é uma história de perdas, de um vazio eterno, e em seguida uma estranha fé no futuro desconhecido que parecia estar depositada na peça resgatada naquele evento trágico. A narrativa caminha nos levando através do amor que Theo nutria por esse objeto - com tantas defasagens ; a perda da mãe , a ausência do pai, um alcoólatra que desaparecera há alguns anos, e em seguida a separação de sua nova famÃlia, o quadro assumia um caráter precioso, de forma a preencher esse espaços vazios, uma espécie de amuleto ou a materialização daquele momento durante toda uma vida. Apesar de uma infância de dor, perdas e desencontros, Theo, já adulto (aqui vivido por Ansel Elgort), apresenta-se equilibrado (até um tanto frio) e agora é um comerciante de arte dedicado e que assumiu o antiquário em que um dia 'caiu de paraquedas'.
Destino ou coincidência? O roteiro de Peter Straughan deixa nas entrelinhas essa pergunta, e já no desfecho, conduz a narrativa com toques de suspense policial quando uma virada inesperada é apresentada ao espectador. Mesmo com tanto tempo para desenvolver essa virada, o que fica no ar é uma desconexão do restante da história com os acontecimentos finais. Crowley, assim como no livro, arrasta o drama por muito tempo, o que nitidamente causa um desconforto para a audiência. Porém, nem tudo é totalmente perdido em 'O Pintassilgo': Oakes Fegley, a versão juvenil de Theo, enche a tela e conquista com tamanha desenvoltura - equilibra bem o drama com os momentos mais leves - um feito considerável para um roteiro amarrado e complexo.
De toda forma, 'O Pintassilgo', ainda que sinalize um desastre de bilheteria, pode gerar curiosidade em grande parte do público: além de Nicole Kidman e Ansel Elgort, o longa ainda conta com nomes como os de Luke Wilson, Sarah Paulson e Finn Wolfhard (o Mike de 'Stranger Things').
Vale Ver Mas Nem Tanto!
A história de Theo é uma história de perdas, de um vazio eterno, e em seguida uma estranha fé no futuro desconhecido que parecia estar depositada na peça resgatada naquele evento trágico. A narrativa caminha nos levando através do amor que Theo nutria por esse objeto - com tantas defasagens ; a perda da mãe , a ausência do pai, um alcoólatra que desaparecera há alguns anos, e em seguida a separação de sua nova famÃlia, o quadro assumia um caráter precioso, de forma a preencher esse espaços vazios, uma espécie de amuleto ou a materialização daquele momento durante toda uma vida. Apesar de uma infância de dor, perdas e desencontros, Theo, já adulto (aqui vivido por Ansel Elgort), apresenta-se equilibrado (até um tanto frio) e agora é um comerciante de arte dedicado e que assumiu o antiquário em que um dia 'caiu de paraquedas'.
Destino ou coincidência? O roteiro de Peter Straughan deixa nas entrelinhas essa pergunta, e já no desfecho, conduz a narrativa com toques de suspense policial quando uma virada inesperada é apresentada ao espectador. Mesmo com tanto tempo para desenvolver essa virada, o que fica no ar é uma desconexão do restante da história com os acontecimentos finais. Crowley, assim como no livro, arrasta o drama por muito tempo, o que nitidamente causa um desconforto para a audiência. Porém, nem tudo é totalmente perdido em 'O Pintassilgo': Oakes Fegley, a versão juvenil de Theo, enche a tela e conquista com tamanha desenvoltura - equilibra bem o drama com os momentos mais leves - um feito considerável para um roteiro amarrado e complexo.
De toda forma, 'O Pintassilgo', ainda que sinalize um desastre de bilheteria, pode gerar curiosidade em grande parte do público: além de Nicole Kidman e Ansel Elgort, o longa ainda conta com nomes como os de Luke Wilson, Sarah Paulson e Finn Wolfhard (o Mike de 'Stranger Things').
Vale Ver Mas Nem Tanto!
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