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PiTacO do PapO - 'Carcereiros- O Filme' | 2019

NOTA 6.5

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


A introdução, que evolui na voz do protagonista narrando os meandros da penitenciária em que trabalha, é facilmente associável ao mesmo recurso aplicado em "Tropa de Elite". Desta vez, o Capitão Nascimento chama-se Adriano e é interpretado por Rodrigo Lombardi. Existem mais semelhanças como o emprego da violência bruta, verborragia popular e envolvimento de engravatados notáveis na criminalidade. Ou seja, mesmo se inspirando na obra de Dr. Drauzio Varella, a oferta do diretor José Eduardo Belmonte já apresenta, de saída, o desgostoso apetite pelo mesmo.


Adriano é professor de história, mas tem apego pela função de carcereiro. Essa vocação que o personagem agarra com as duas mãos é bem embasada pela exposição da sua vivência em meio às facções criminosas. Lombardi apresenta boa desenvoltura em representar alguém letrado mas que conjuga os verbos como os detentos; aquele cuja habilidade intelectual e interpessoal permitem com que navegue entre grupos criminosos rivais de forma a manter o status de uma entidade crível. Deve-se reconhecer também que o filme passa longe do tédio, os diálogos são reduzidos e a ação bem conduzida tem notável protagonismo. Sob a sequência de planos curtos e dinâmicos, a montagem consegue imprimir o ritmo adequado à proposta de privilegiar a frenesi. Contudo, também é impossível desconsiderar o fato de que a beleza do tiroteio não substitui a falta de coesão do enredo.

A entrega é rasa, a lógica se reduz à ação. Seria interessantíssimo, assim como feito de forma exemplar em "Tropa de Elite", percorrer a explicação de como funcionam as engrenagens do sistema, mesmo que nesse caso ele fosse reduzido ao microuniverso daquela penitenciária. Afinal, não faltam ingredientes para a construção do jogo de egos e interesses considerando esse contexto. No lugar disso, Belmonte faz generosas concessões a sequências vazias e inserções de episódios pseudo funcionais como a reclusão temporária de um terrorista árabe.

Vale como entretenimento que sacia a sede por obras policiais slasher, desliza na engenhosidade do mundo criminoso.


Vale Ver Mas Nem Tanto! !


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