PiTacO do PapO - 'In Fabric' | 2019
NOTA 8.5
Por Sérgio Ghesti @meuhype
O aclamado diretor alternativo Peter Strickland, autor singular por trás do suntuoso romance sadomasoquista "O Duque de Burgundy" e do terror "Barberian Sound Studio" apresenta um filme que flerta com o sombrio e o agonizante, quase como um pesadelo, canalizando sentimentos presentes na moda com um violento derramamento de sangue em uma produção de terror surpreendente que funciona quase como um delÃrio. O filme aborda aspectos que combinam suspense, horror e romance em uma trama que seduz o expectador ao mesmo tempo que se mostra o retrato sinistro de um vestido vermelho "artéria" que causa estragos na vida daqueles que são infelizes o suficiente para usá-lo.
Curiosamente, este vestido não possui usuários - ele tem sua própria agência, que de certa forma cuida de sua atmosfera. Os simbolismos apresentados na trama e a realidade se misturando com o bizarro é o atrativo de uma produção independente que apresenta frescor em sua concepção, não espere uma construção comum e explicativa, tudo envolto à história possui mistério.
Na trama, uma mulher solitária (Marianne Jean-Baptiste), recentemente separada do marido, visita uma encantadora loja de departamentos de Londres, durante as promoções de inverno. Ela busca um vestido que transformará sua vida e sai da loja com uma peça vermelho-artéria - que, com o tempo, desencadeará uma maldição terrÃvel e um mal imparável, ameaçando todos que entrarem em seu caminho. O vestido amaldiçoado passará de pessoa para pessoa, causando todo tipo de infortúnio para a vida de quem quer que entre em contato com ele.
Mesmo que tenha um ar muito contemplativo, 'In Fabric' consegue, através de sua edição, transitar tanto na fantasia como como no terror, - sua metáfora sobre a construção do consumismo é charmosa, a ação de fazer compras nesse filme surge como uma experiência transformadora e transcendental, esse prisma é alcançado de maneira cômica e um tanto assustadora. Por exemplo, os vendedores estão vestidos com um estilo glamourosamente gótico, enchendo os ouvidos dos compradores com declarações fantásticas. O filme faz alusão aos possÃveis males do consumismo, mas não parece ser um ataque direto à cultura capitalista. Em vez disso, o mal aqui parece funcionar em um nÃvel espiritual e não cultural. A loja de departamentos, sua equipe e o vestido vermelho parecem estar ligados a algo que é oculto e satânico.
Testemunhamos anúncios fascinantes em telas de televisão que mostram os funcionários passando por algum tipo de ritual, acenando para os clientes entrarem na loja. De fato, esse ritual é repetido todas as manhãs antes que os compradores sejam bem-vindos. O fato de o vestido ser vermelho é significativo; uma cor que é tipicamente associada ao mal, contudo, enquanto o vermelho é visto como a cor do mal, também é conhecido como a cor do amor e da luxúria, tema que passa a ir de encontro aos personagens. O vestido vermelho é usado como um meio de encontrar amor pelos personagens desta história. Em primeiro lugar, com Sheila, ele é comprado para um encontro às cegas. Depois de Sheila, Babs tenta despertar o interesse de seu noivo, perguntando como ela fica no vestido. Reg também é forçado a usar o vestido em sua noite de despedida de solteiro. O que une esses três personagens é que usar este vestido representa algo de esperança para cada um.
O amor é representado como algo decepcionante, e neste filme cada personagem está condenada a partir do momento em que o vestido entra em sua vida. Investida na interessante história de Sheila, o rápido corte para os personagens de Babs e Reg é inesperado e pode decepcionar quem espera uma construção comum. Essas narrativas têm um tom diferente e, embora nosso interesse congela na personagem de Sheila, no entanto, isso demonstra que o enredo está girando em torno da trajetória do vestido vermelho e não dos personagens humanos. '
In Fabric' tem uma linha parecida com 'Suspiria' lançado esse ano, colorido, com história contemplativa, produção caprichada e elenco interessante, além de uma boa pitada de humor negro bizarro. No geral, o filme tem várias qualidades incomuns que o tornam memorável: na sua mistura gêneros, na penetração lenta, em seus simbolismos e com muitas ambiguidades que deixam os expectadores com muito a refletir depois.
Curiosamente, este vestido não possui usuários - ele tem sua própria agência, que de certa forma cuida de sua atmosfera. Os simbolismos apresentados na trama e a realidade se misturando com o bizarro é o atrativo de uma produção independente que apresenta frescor em sua concepção, não espere uma construção comum e explicativa, tudo envolto à história possui mistério.
Na trama, uma mulher solitária (Marianne Jean-Baptiste), recentemente separada do marido, visita uma encantadora loja de departamentos de Londres, durante as promoções de inverno. Ela busca um vestido que transformará sua vida e sai da loja com uma peça vermelho-artéria - que, com o tempo, desencadeará uma maldição terrÃvel e um mal imparável, ameaçando todos que entrarem em seu caminho. O vestido amaldiçoado passará de pessoa para pessoa, causando todo tipo de infortúnio para a vida de quem quer que entre em contato com ele.
Mesmo que tenha um ar muito contemplativo, 'In Fabric' consegue, através de sua edição, transitar tanto na fantasia como como no terror, - sua metáfora sobre a construção do consumismo é charmosa, a ação de fazer compras nesse filme surge como uma experiência transformadora e transcendental, esse prisma é alcançado de maneira cômica e um tanto assustadora. Por exemplo, os vendedores estão vestidos com um estilo glamourosamente gótico, enchendo os ouvidos dos compradores com declarações fantásticas. O filme faz alusão aos possÃveis males do consumismo, mas não parece ser um ataque direto à cultura capitalista. Em vez disso, o mal aqui parece funcionar em um nÃvel espiritual e não cultural. A loja de departamentos, sua equipe e o vestido vermelho parecem estar ligados a algo que é oculto e satânico.
Testemunhamos anúncios fascinantes em telas de televisão que mostram os funcionários passando por algum tipo de ritual, acenando para os clientes entrarem na loja. De fato, esse ritual é repetido todas as manhãs antes que os compradores sejam bem-vindos. O fato de o vestido ser vermelho é significativo; uma cor que é tipicamente associada ao mal, contudo, enquanto o vermelho é visto como a cor do mal, também é conhecido como a cor do amor e da luxúria, tema que passa a ir de encontro aos personagens. O vestido vermelho é usado como um meio de encontrar amor pelos personagens desta história. Em primeiro lugar, com Sheila, ele é comprado para um encontro às cegas. Depois de Sheila, Babs tenta despertar o interesse de seu noivo, perguntando como ela fica no vestido. Reg também é forçado a usar o vestido em sua noite de despedida de solteiro. O que une esses três personagens é que usar este vestido representa algo de esperança para cada um.
O amor é representado como algo decepcionante, e neste filme cada personagem está condenada a partir do momento em que o vestido entra em sua vida. Investida na interessante história de Sheila, o rápido corte para os personagens de Babs e Reg é inesperado e pode decepcionar quem espera uma construção comum. Essas narrativas têm um tom diferente e, embora nosso interesse congela na personagem de Sheila, no entanto, isso demonstra que o enredo está girando em torno da trajetória do vestido vermelho e não dos personagens humanos. '
In Fabric' tem uma linha parecida com 'Suspiria' lançado esse ano, colorido, com história contemplativa, produção caprichada e elenco interessante, além de uma boa pitada de humor negro bizarro. No geral, o filme tem várias qualidades incomuns que o tornam memorável: na sua mistura gêneros, na penetração lenta, em seus simbolismos e com muitas ambiguidades que deixam os expectadores com muito a refletir depois.
Vale Ver !
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