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PiTacO do PapO - 'Adoráveis Mulheres' | 2019

NOTA 9.5

Por Rogério Machado 

'Escrevo histórias felizes pois já vivi grande sofrimento...' Diz a mensagem na abertura de 'Adoráveis Mulheres'. A frase escrita pela romancista Louisa May Alcott para justificar o que veríamos a seguir é usada com inteligência pela já cultuada cineasta/atriz/roteirista Greta Gerwig ('Lady Bird-A Hora de Voar' - 2011) , uma balzaquiana que parece ter a experiência e sabedoria de uma anciã ao contar histórias ao público. O longa que abriu o Festival do Rio esse ano e já se coloca como um dos favoritos ao Oscar 2020 ostenta tantos atributos que ficaria enfadonho enumerar todos aqui. 


Na história seremos apresentados às irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), que estão em processo de amadurecimento na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam uma Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que construíram umas pelas outras ao longa de suas vidas. Mesmo com poucos recursos, a família recebe toda a atenção da matriarca Marmee (Laura Dern), que anseia pela retorno do marido, Robert March (Bob Odenkirk), que havia ido embora para servir o país na guerra.

Jo quer ser uma grande escritora, mas anda insatisfeita depois de ouvir algumas negativas, inclusive de um novo conhecido, o elegante Friedrich Baher (Louis Garrel). Meg tem o sonho de se casar e formar uma família. Beth tem grande talento para a música e adora tocar no piano de seus vizinhos ricos, Mr Laurence (Chris Cooper) e seu filho Laurie (Timothée Chalamet). Já Amy é a mais ambiciosa, tem dom para a pintura mas pretende mesmo se casar bem. Essa última é que mais ouve os conselhos da tia March (Meryl Streep), uma viúva que acha que para uma mulher se dar bem na vida, deveria se casar com um homem rico ou ser dona de bordel (ou atriz , que segundo ela era a mesma coisa). Abro aqui um parênteses para destacar a participação impagável da impenetrável (creio ser esse um bom adjetivo) tia March vivida por Streep, uma personagem de fala ácida, responsável pelas tiradas sarcásticas e por consequência nossas risadas largas ao longo da sessão. 

O elenco é o grande chamariz da produção, mas não teria o volume que tem em cena, não fosse a genialidade de Greta, que detém o poder de pegar um menu trivial e transformá-lo em um banquete cinematográfico. De desenvolvimento nada linear, a história se constrói como uma grande colcha de retalhos da vida dessas pequenas mulheres, e promove com cuidado os pontos de ligação entre passado e presente. 

'Adoráveis Mulheres' fará rir e chorar ao nos contar sobre uma história de amadurecimento e crescimento. Nos dirá sobre se doar para receber em troca e aceitar o bem e o mal que nos é acometido, desde que o sorriso no rosto e a coragem para seguir adiante e encontrar o próprio caminho não falte. Você vai dizer ... 'its so clichê' , mas acredite, nas mãos elegantes de Greta essas máximas tomam outro significado. 


Super Vale Ver !





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