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PiTacO do PapO - 'O Último Amor de Casanova' | 2019

NOTA 6.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica 


O estereótipo do homem insaciavelmente galanteador ganha terreno na Europa do século XVIII. Giacomo Casanova transita entre as principais potências européias e o fato que une a jornada multicultural do personagem é a vazão ao ímpeto de se relacionar com as mulheres com que se depara. Apesar da natureza amorosa que se apaixona pelo plural e se distancia do singular, Casanova encontra espaço para amar uma única mulher. Mantendo os padrões não usuais da vida do protagonista, esta relação previsivelmente não poderia ser convencional. No caso, a amada era uma prostituta.


A direção de Benoît Jacquot constrói uma atmosfera decentemente sedutora. Recursos como a luz assertivamente baixa e direção de arte, sobretudo a de interiores, estão num nível admirável. Chama a atenção a plasticidade de um dos bailes noturnos em que Casanova dança por bons minutos sobre o piso de um belo salão e luminárias imponentes. A sedução estética, entretanto, não permeia as atuações e muito menos os romances retratados.

No papel de mulherengo, o protagonista não deixa dúvidas sobre sua índole, mas carrega uma falta de impulso incondizente com o desejo que fervilha dentro de si. A busca cega pelo prazer não transmite a visceralidade em sua plenitude. No papel de homem apaixonado por uma mulher, novamente há uma contenção ainda mais disfuncional pois o desejo declarado não condiz com as opções factuais pinçadas pelo diretor. Na pele de Casanova, o talentoso Vincent Lindon aprisiona-se num personagem que poderia exprimir suas preferências com muito mais paixão.

Ainda existem episódios mal costurados como o que o colega de Casanova recupera um objeto que o protagonista diz ter muito valor ou ainda o reencontro em que os personagens conversam sobre o sapato que a amada utilizara para a visita. Ambos mal contextualizados.

Infelizmente, não foi um drama romântico digno de fechar 2019.


Vale Ver Mas Nem Tanto!


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