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PiTacO do PapO - 'Anjo Perdido' | 2019

NOTA 7.5

Por Rogério Machado

Suspense psicológico com base na maternidade não é difícil de encontrar na dramaturgia. O tema é muito recorrente, talvez por oferecer milhares de motes e caminhos, muitas vezes dentro de uma mesma linha narrativa. 'Angel of Mine' (no original), ainda sem previsão de estreia oficial no Brasil, é mais um desses exemplos que podem até não se lançar com ousadia na temática, mas ainda sim apresenta bons resultados. O elenco invariavelmente iria mesmo contribuir para gerar curiosidade na audiência. 


O longa nos apresenta a luta de Lizzie (Noomi Rapace), uma mulher que precisa lidar com a tragédia de perder sua filha em um incêndio devastador. Anos mais tarde, ela fica convencida de que a filha de uma mulher que acabou de conhecer, Claire (Yvonne Strahovski) é de fato sua. À medida que sua obsessão cresce, ela fica cada vez mais entrelaçada na vida da jovem, fazendo-a perder o contato com a realidade. Porém,  a realidade nem sempre é o que parece.

Na direção, Kim Farrant (do mediano 'Terra Estranha' - 2015) mantém o suspense mais contido, mas ao mesmo tempo planta dúvidas ao longo da projeção - as aspirações, intenções e , no caso de Lizzie, sanidade, são postas à prova - e o mérito, sobretudo no gênero em questão, está justamente em usar todo o potencial das atrizes escaladas para o projeto: Rapace (da trilogia Millennium) e Strahovski (atriz em plena ascensão com 'The Handmaid's Tale') falam pelo olhar e dão boa carga dramática à empreitada.

É bem verdade que o roteiro peca por algumas soluções fáceis no desfecho e principalmente por não integrar seu elenco, não usar todo o material humano em prol da construção de uma trama mais sólida. O tarimbado Luke Evans, que vive o ex marido de Lizzie com quem tem um filho, é desperdiçado na história: era de se esperar que um pai preocupado com a integridade do filho, se doasse mais e participasse daquele período melindroso para a família, mas isso não acontece. Contudo, a trama tem lá seus atributos, e o de causar envolvimento já é grande coisa em se tratando do gênero. 


Vale Ver !


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