O olhar contemplativo de Terrence Malick para a guerra em 'Uma Vida Oculta' | 2010
NOTA 8.5
Por Rogério Machado
Terence Malick é quase sempre fiel à sua linha de trabalho. Seu modo muito particular em apresentar suas histórias muitas das vezes dividem opiniões, mas é certo que sua filmografia não é feita para cinéfilos amadores, ou melhor dizendo, para o grande público que prefere histórias já digeridas, ao invés de serem ruminadas vagarosamente, frame a frame na tela. É claro que sua linha de atuação no cinema nem sempre acerta, mas é certo que a mensagem sempre, de uma forma ou de outra, atinge o alvo. 'Uma Vida Oculta', que chega essa semana aos cinemas, tem todos os elementos já utilizados pelo diretor, mas dessa vez o propósito é grandioso e pode alcançar até o espectador mais afoito por devorar tramas fáceis.
Baseada em fatos, a trama gira em torno de Franz Jägerstätter (August Diehl) , um herói desconhecido que se recusou a lutar pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Quando o camponês austríaco se depara com a ameaça de execução por traição, é sua fé inabalável e seu amor por sua esposa Fani (Valerie Pachner), além de suas filhas, que mantêm seu espírito vivo, ao ousar manter uma posição firme diante de todos os cruéis acontecimentos que haveriam de se abater sobre ele.
Já no período pré guerra, todo aquele que não seguia ou concordava com o regime de Hitler , era tido como traidor. Franz não fazia questão de esconder sua aversão aos comandos vindos do ditador. Seus princípios morais, assim como suas convicções religiosas, estavam acima de qualquer honra de lutar pelo seu país numa guerra. Sendo assim, surge a guerra dentro da guerra: o casal 'traidor' era achincalhado e boicotado também pela comunidade. Logo em seguida o conflito se abateria também no seio familiar. Ecos de um passado de perdas para a primeira guerra envolvendo antepassados.
Malick consegue trabalhar dentro de um roteiro pesado e ao mesmo tempo manter seu ritmo, que não raramente habita entre a contemplação, as divagações de juras de amor entre o casal protagonista, além de longos planos abertos dos campos verdes do interior da Áustria, embalados por uma trilha melancólica de violinos, com closes e ângulos muito característicos do cineasta. 'Uma Vida Oculta' exalta a vida de pessoas invisíveis, que lutaram pela causa pacífica e morreram por tentar fazer do mundo um lugar melhor.
'Há uma grande diferença entre o tipo de sofrimento que não podemos evitar e o sofrimento que escolhemos...'
Vale Ver !
Já no período pré guerra, todo aquele que não seguia ou concordava com o regime de Hitler , era tido como traidor. Franz não fazia questão de esconder sua aversão aos comandos vindos do ditador. Seus princípios morais, assim como suas convicções religiosas, estavam acima de qualquer honra de lutar pelo seu país numa guerra. Sendo assim, surge a guerra dentro da guerra: o casal 'traidor' era achincalhado e boicotado também pela comunidade. Logo em seguida o conflito se abateria também no seio familiar. Ecos de um passado de perdas para a primeira guerra envolvendo antepassados.
Malick consegue trabalhar dentro de um roteiro pesado e ao mesmo tempo manter seu ritmo, que não raramente habita entre a contemplação, as divagações de juras de amor entre o casal protagonista, além de longos planos abertos dos campos verdes do interior da Áustria, embalados por uma trilha melancólica de violinos, com closes e ângulos muito característicos do cineasta. 'Uma Vida Oculta' exalta a vida de pessoas invisíveis, que lutaram pela causa pacífica e morreram por tentar fazer do mundo um lugar melhor.
'Há uma grande diferença entre o tipo de sofrimento que não podemos evitar e o sofrimento que escolhemos...'
Vale Ver !
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