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'Meu Amigo Totoro', disponível na Netflix, é uma ode à criatividade infantil | 1988

Por Eduardo Machado  @historiadecinema


Para o grande público ocidental, até meados dos anos 1990, quando se falava em filme de animação remetia-se logo à Disney. No entanto, muito antes de a Pixar existir, lá no Japão, um homem tinha um plano para mudar com isso: o nome dele é Hayao Miyazaki, fundador do Studio Ghibli.

Os filmes de Miyazaki têm enredo simples, mas talvez seja justamente aí que resida a sua maior força. Para usar os termos mais atuais, podemos dizer que Miyazaki dirige animações 'raiz', com muito menos recursos tecnológicos, mas com um apego a detalhes e ao lúdico que as tornam exclusivas.   


“Meu Amigo Totoro” foi o segundo longa do diretor e é nessa obra que acompanhamos as irmãs Mei e Satsuki, duas meninas que estão de mudança para o interior do Japão, de modo a ficarem mais mais próximas da mãe, que está doente no hospital. Além delas, conhecemos Totoro, uma criatura com poderes sobrenaturais que fez tanto sucesso que até hoje é o grande mascote e símbolo do Studio Ghibli.

Em uma época de dificuldade para as meninas, que sofrem em razão da mudança e, principalmente, pela ausência da mãe na rotina, Totoro é o amigo que todos gostaríamos de ter e que simboliza o passaporte para um mundo mágico onde toda a imaginação é permitida.

A mensagem final de que somente com a fantasia é possível vencer os obstáculos é tocante, mas não quero resumir o filme a mero escapismo. Porque em momento algum as meninas, valentes, deixaram de encarar de frente os seus problemas, mas o fizeram com a leveza de que somente as crianças seriam capazes. “Meu Amigo Totoro” é uma linda ode à criatividade infantil. 







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