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'O Serviço de Entregas da Kiki' e o exemplo de como ver beleza na simplicidade | 1989

Por Eduardo Machado @historiadecinema


Já falei por aqui como o diretor Hayao Miyazaki é capaz de enxergar beleza nas coisas mais simples. Um grande exemplo da visão de Miyazaki é “ O Serviço de Entregas da Kiki”, longa no qual ele vai nos contar a história de uma bruxinha chamada Kiki, que aos 13 anos precisa sair de casa para conseguir a sua independência.


Pode parecer repetitivo, mas é difícil não traçar comparações com o que se produzia em termos de animação, no mesmo período, nos EUA. Basta lembrar que no mesmo ano de 1989, quando estreou a animação japonesa, foi lançado pela Disney “A Pequena Sereia”, filme que ainda colocava a mulher em posição de ser salva pelo beijo apaixonado de um príncipe ou das garras de uma vilã sem escrúpulos.

Diferente disso, nos filmes de Miyazaki, não há a megalomania das produções da Disney. Muito pelo contrário, uma vez que ele prefere prezar pela simplicidade, de uma maneira sensivelmente realista. No mesmo passo, as mulheres de Miyazaki sempre são fortes o suficiente para resolver qualquer problema, mas não deixam de ser frágeis como qualquer ser humano. Assim, a maneira como ele retrata o crescimento de Kiki é brilhante, porque é o olhar sobre o comum que diferencia o cineasta japonês dos demais.

Apesar de ser uma bruxinha, Kiki é uma adolescente com dilemas e inseguranças comuns à maioria dos jovens, que a fazem até mesmo duvidar de seus poderes, sendo interessante a maneira como ela descobrirá que não há nada de mal nisso.

No meio de tudo isso, ainda há lições sobre bullying, respeito aos mais velhos, à natureza (mais um elemento recorrente na filmografia de Miyazaki) e ao diferente. “O Serviço de Entregas da Kiki” pode não ter adquirido o status cult de outros filmes do Studio Ghibli, mas, ainda assim, não merece ser esquecido. 


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