'Estranhos em Casa', novo terror Netflix, e sua pretensão em ser cult | 2020
NOTA 6.5
Por Rogério Machado
O cinema de nicho é sem dúvidas um dos filões do momento. Digo cinema de nicho para não cair no superlativo cinema de gênero, que pra mim deveria ser usado exclusivamente em casos de sucesso. 'Estranhos em Casa', que foi lançado internacionalmente no fim do ano passado e chegou à Netflix esse mês, é um dos casos que tentam pegar carona na 'onda do momento', reverberam no público, mas que estão bem distantes de uma proposta de impacto, inovadora e original.
O cinema de nicho é sem dúvidas um dos filões do momento. Digo cinema de nicho para não cair no superlativo cinema de gênero, que pra mim deveria ser usado exclusivamente em casos de sucesso. 'Estranhos em Casa', que foi lançado internacionalmente no fim do ano passado e chegou à Netflix esse mês, é um dos casos que tentam pegar carona na 'onda do momento', reverberam no público, mas que estão bem distantes de uma proposta de impacto, inovadora e original.
Na trama, o casal Paul (Adama Niane) e Chloe Diallo (Stéphane Caillard), encontram a sua casa tomada quando retornam de sua viagem de férias com o filho. A babá e o marido, que ficariam tomando conta da residência no período em questão se recusam a sair, alegando através da lei que se tornaram inquilinos do lugar. Apesar de Paul tomar todas as medidas legais necessárias, ele acaba não tendo sucesso em recuperar sua moradia. Sem opções para encontrar um abrigo para sua esposa e filho, eles acabam em um parque de trailers que é gerenciado por Mickey (Paul Hamy), um homem de caráter duvidoso que se aproximará de Paul e mudará seu jeito de ver as coisas. Até onde Paul será capaz de ir para salvar sua casa, família, e recuperar sua vida?
Paul é um homem educado, professor de história em uma escola conceituada e referência em tratar tudo com diplomacia. O convívio com os alunos também por vezes é conflituoso, pelo professor - que é negro -, tratar tudo com refinamento, evitando a fala incisiva ou a força bruta, atitudes que lhe conferem o título de 'oreo' (isso mesmo, o biscoito, preto por fora e branco por dentro), possivelmente fazendo alusão ao 'embranquecimento' de suas escolhas (indício altamente preconceituoso às avessas)
Junta-se ao processo de 'animalização' do personagem Paul, suas novas amizades que também acham que ele tem uma atitude passiva em relação a posse de sua casa e por consequência sua família, já que também às vezes é afrontado pela esposa. A bomba relógio prestes a explodir dá o ritmo do longa de Olivier Abbou, e antecipa uma sequência final um tanto quanto óbvia, que é marcada com cenas altamente violentas mas que também não são motivo de tanto estardalhaço, principalmente àqueles acostumados com exemplares trash.
As falácias em torno do filme servem ao circo midiático do qual se sustentam meia dúzia de produções hoje. O cinema de gênero e de debate social é engolido pela tentativa de agradar a um público mais abrangente. Porém, dado ao bom desenvolvimento da primeira metade e no interesse gerado, 'Estranhos em Casa' também não chega a ser um desperdício de tempo... é puro e simples entretenimento.
Vale Ver Mas Nem Tanto !
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