Vulnerabilidade paterna e masculinidade tóxica em 'Honey Boy' | 2019
NOTA 9.0
Por Rogério Machado
O roteiro autobiográfico de Shia LaBeouf chamou a atenção do público desde a presença da produção nos primeiros festivais pelos quais passou. 'Honey Boy', distribuído pela Amazon e disponível em VOD, tem a direção de Alma Har'el, uma cineasta israelense com vasta experiência em documentários. O drama com altas doses de realidade crua, é um relato pessoal do ator sobre sua infância e a relação tóxica com seu pai.
Na história seremos apresentados a Otis Lort (Noah Jupe), uma estrela mirim com apenas 12 anos, mas que está em plena ascensão na tevê, porém sua vida gira em torno de seu pai, James (Shia LaBeouf), um ex-condenado e viciado que ainda está em reabilitação. Por mais que dedique sua vida à carreira do garoto, a forma rude como o trata faz com que o garoto cresça com muitos traumas. Já adulto, Otis (Lucas Hedges) resolve se internar em uma clínica de óreabilitação para tratar de seu vício em bebidas alcoólicas, o que faz com que relembre muitos dos abusos cometidos pelo pai quando ele ainda era apenas uma criança.
A trama centraliza forças nesse relacionamento conflituoso. James é um homem nada social, com histórico de violência e que não consegue abandonar os velhos hábitos. Já o pequeno Otis é amoroso e sensível, mas ao mesmo tempo inseguro quanto ao temperamento instável do pai. Nessa montanha russa de emoções, o menino se torna um adulto problemático, alcoólatra e repleto de demônios do passado em sua mente, que o atormentam mesmo estando distante do pai. O longa alterna passado e presente justificando as reações do jovem assombrado por uma infância dolorosa e reafirmando as ações da criança indefesa sob os repentes de violência do pai.
O ponto alto do longa reside não só no roteiro, que desenha com requintes de minúcias os conflitos na infância e na fase adulta do garoto, como também pelo elenco de peso em cena: tanto o veterano LaBeouf, como os jovens e promissores Jupe e Hedges, que conferem atributos essenciais aos dissabores dessas respectivas fases da vida à seus personagens, e portanto, atuações que esbarram no impecável.
'Honey Boy' é uma história sobre masculinidade tóxica, famílias disfuncionais nos reflexos de uma paternidade problemática, mas acima de tudo é sobre arrependimento e perdão. Sobre como o voltar atrás é importante para um futuro livre de traumas.
Super Vale Ver !
A trama centraliza forças nesse relacionamento conflituoso. James é um homem nada social, com histórico de violência e que não consegue abandonar os velhos hábitos. Já o pequeno Otis é amoroso e sensível, mas ao mesmo tempo inseguro quanto ao temperamento instável do pai. Nessa montanha russa de emoções, o menino se torna um adulto problemático, alcoólatra e repleto de demônios do passado em sua mente, que o atormentam mesmo estando distante do pai. O longa alterna passado e presente justificando as reações do jovem assombrado por uma infância dolorosa e reafirmando as ações da criança indefesa sob os repentes de violência do pai.
O ponto alto do longa reside não só no roteiro, que desenha com requintes de minúcias os conflitos na infância e na fase adulta do garoto, como também pelo elenco de peso em cena: tanto o veterano LaBeouf, como os jovens e promissores Jupe e Hedges, que conferem atributos essenciais aos dissabores dessas respectivas fases da vida à seus personagens, e portanto, atuações que esbarram no impecável.
'Honey Boy' é uma história sobre masculinidade tóxica, famílias disfuncionais nos reflexos de uma paternidade problemática, mas acima de tudo é sobre arrependimento e perdão. Sobre como o voltar atrás é importante para um futuro livre de traumas.
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