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A ameaça Nazista sob a inocência infantil em 'Quando Hitler Roubou o Coelho Cor de Rosa' | 2020

NOTA  7.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica 

Outra investida em mostrar os impactos da ascenção nazista sob a óptica infantil. Desta vez, o embasamento veio da adaptação de um conto baseado na história real da judia Judith Kerr. A principal personagem da história é retratada quando garotinha, momento em que o partido nazista ganhava força na Alemanha e Hitler estava na iminiência de assumir a liderança do país. O fato de a família ter origem judaica e o pai ser jornalista e crítico formal desse partido nacional-socialista foram motivações suficientes para impulsioná-los para uma jornada de sobrevivência na Europa.

A vida de conforto em Berlim logo é sobreposta por dificuldades financeiras e culturais em países como a Suíça e a França. A diretora Caroline Link (Lugar Nenhum na África) é competente em sensibilizar e estimular a audiência em experimentar os calçados da protagonista. São poderosas as situações de deslocamento em que a criança precisa se adaptar a novas culturas e idiomas no ambiente escolar ou ainda em situações mais agudas como o pedido do pai para fazerem silêncio durante o jantar para a proprietária do apartamento evitar a cobrança do aluguel.

Apesar disso, não é possível prestigiar muita inventividade. O roteiro apenas segue uma jornada numa sucessão monótona de adversidades que funcionam até certo momento. O resultado é a perpetuação do mais do mesmo. O tal do coelho cor de rosa, abandonado na casa de Berlim, sequer serve como recurso digressivo ou meio de quebrar a linearidade cronológica que é seguida com rigor militar. A perseguição do olhar infantil em alguns recortes chega a ser obsessiva. Um exemplo é a cena burocrática do pai negociando o preço dos seus artigos num jornal: para manter a perspectiva, coloca-se a garota num banco próximo do ocorrido. Presença física imposta desprovida de significação.

Não é genial, mas vale pela perspectiva diferenciada, mesmo que repetitiva.


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