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A celebração da vida em sua essência em 'Soul' | 2020 - Crítica 2

NOTA 10 

Por Eduardo Machado @históriadecinema


Eu não sou daquelas pessoas que se debulham em lágrimas vendo filmes, posso dizer que conheço tipos bem piores. Se você, porém, faz parte do time dos chorões, aqui vai uma enorme vantagem de os cinemas estarem fechados: na privacidade do lar, ninguém precisa ver você chorando feito uma criança com “Soul”, nova animação da Pixar exibida com exclusividade para os assinantes do Disney+.


As lágrimas, no entanto, não vêm a partir de uma estratégia premeditada ou de truques baratos.  São justa consequência de um filme que nos faz refletir sobre a vida de um jeito que só os melhores da Pixar sabem fazer. Lembremos aqui que Pete Docter, diretor de “Soul”, já foi premiado com um Óscar pelo não menos brilhante “Divertida Mente” e participou da elaboração do roteiro de filmes como “UP! Altas Aventuras”, “Monstros S.A” e “Wall-E”. Mesmo com a pressão dessas expectativas que, para muitos, seriam impossíveis de serem cumpridas, “Soul” consegue fechar, com facilidade, como um dos melhores filmes do ano.

Primeira grande animação da Pixar a contar com protagonistas negros, o filme já ganha pontos pela representatividade, mas os méritos são muito maiores. Porque nos acostumamos com a ideia, incentivada pelo cinema, de que devemos perseguir os nossos sonhos a qualquer custo, mas nunca somos instigados a pensar que somos maiores do que esses desejos.

O longa, portanto, antes de qualquer coisa, é uma celebração da vida em sua essência. A propagação da ideia de que a sua existência não se resume aos  feitos que você atinge. Não existe um podium depois da linha de chegada. A vida é o puro prazer pela corrida, é o que a gente descobre vivendo.

É estranho perceber, no fim, que não demos muitas risadas em um filme de animação, supostamente feito para crianças. Mas o longa mais adulto da Pixar deixa o sorriso preso no nosso rosto, quando percebemos a genialidade com a qual foi transmitida a mensagem ilusoriamente simples. Não devíamos nos surpreender. A Pixar sempre sabe como fazer. 


Super Vale Ver !






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